Tudo sobre alfabetização e letramento

Por Stephanie Kim Abe

Desde 1966, o Dia Nacional da Alfabetização é comemorado no dia 14 de novembro. A data foi instituída por meio de decreto e busca celebrar a importância de garantir o direito à aprendizagem de todas e todos. 

Ainda assim, o Brasil ainda tem 9,6 milhões de pessoas com 15 anos ou mais analfabetas – o que representa uma taxa de analfabetismo de 5,6% (dados da PNAD Contínua 2022). Apesar desse número seguir uma tendência decrescente, ele evidencia que ainda temos um longo caminho pela frente.

56,4% das(os) estudantes que estavam no 2^o ano em 2021 não estavam alfabetizadas(os), levando em conta o novo parâmetro de alfabetização de 743 pontos na escala Saeb, lançado pelo Ministério da Educação (MEC). Em 2019, esse percentual era de 39,7% – ou seja, houve uma piora na aprendizagem das(os) estudantes.

O Cenpec tem uma longa trajetória de trabalho com alfabetização e letramento, com projetos renomados como o Letra Viva (1988) e o Alfaletrar (2016).

Além desse acúmulo de conhecimento e experiências, também buscamos tratar do assunto com profundidade e de forma prática por meio de diversos materiais, oficinas, entrevistas e reportagens publicadas no Portal Cenpec.

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Diferentes maneiras de trabalhar alfabetização e letramento

• Escutando quem manja do assunto

Um exemplo mais recente desse rico acervo que existe aqui é o episódio do podcast Educação na ponta da língua dedicado a falar sobre alfabetização e letramento na ponta da língua. Essa nova iniciativa do Cenpec, em parceria com o programa Escrevendo o Futuro, traz educadoras(es) para debater temas em voga na educação brasileira. 

Para este episódio, foram convidadas Aline Nascimento, professora da rede pública municipal de Salvador (BA), e Claudia Vóvio, professora do curso de pedagogia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Ouça aqui:

✏️ Saiba mais sobre o episódio aqui

Também vale ler a entrevista com Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Cenpec, que comenta sobre os caminhos percorridos até aqui na última gestão federal e os desafios que o governo Lula enfrenta para garantir que todas as crianças saibam ler e escrever na idade certa. Acesse aqui

• Brincando

Por que não  inserir meninas e meninos no universo letrado por meio de uma atividade lúdica e interativa? Por exemplo, aprender as letras enquanto defende um casal de namorados de um ataque zumbi ou protege o planeta de uma chuva de meteoros.

Essas são as propostas dos jogos on-line Ataque das letras zumbis e Conquista da Palavra, respectivamente. Há ainda o Jogo da Fotografia, em que a(o) jogadora(r) lidam com seres e objetos dos mais diversos lugares do nosso universo. 

Veja mais brincadeiras orais para alfabetização no vídeo abaixo:

✏️ Saiba mais sobre essas brincadeiras aqui

• Aprofundando-se na teoria

São inúmeras as reportagens presentes no Portal Cenpec sobre alfabetização e letramento. Uma das mais recentes faz uma devida homenagem à Emilia Ferreiro, educadora e psicolinguista argentina que revolucionou a alfabetização e faleceu em agosto de 2023, explicando as suas principais contribuições à área.

A matéria Estratégias de leitura na alfabetização se baseia nos materiais da Plataforma Alfaletrar (Cenpec/Magda Soares) para explicar de forma didática como as crianças aprendem as relações entre a fala e a escrita na alfabetização e como apoiar esse processo. Há uma matéria homenageando também a professora Magda Soares, que faleceu no início de 2023.

Em 2019, no auge da discussão da Política Nacional de Alfabetização (PNA), publicamos uma série de reportagens #CenpecExplica com foco em alfabetização, trazendo entrevistas com especialistas sobre os diversos métodos de alfabetização e as diferenças conceituais entre letramento e literacia, entre outros assuntos.

Para quem prefere algo mais dinâmico, mas não menos informativo, os vídeos curtos da série Tirando de Letra são a pedida certa. Ao todo, são 16 pílulas de cerca de um minuto que dão dicas práticas ou tratam de assuntos complexos numa linguagem leve e acessível.

Confira o primeiro deles abaixo: 

✏️ Saiba mais sobre a série de vídeos Tirando de Letra aqui

• Diversificando o olhar

Quais são as especificidades do ensino e aprendizagem da língua escrita na educação indígena? Esse tema é tratado na entrevista com a professora Josélia Gomes Neves da Universidade Federal de Rondônia (Unir). Clique aqui para saber mais

Já o Guia de mediação de leitura acessível e inclusiva traz, em formato multimídia, orientações de como trabalhar com a leitura inclusiva em diversos espaços escolares. O Guia é composto por conteúdo e orientações para professoras(es) e educadoras(es) trabalharem com a leitura inclusiva em diversos espaços escolares, além de links, vídeos de obras literárias e um glossário acessível na Libras (Língua Brasileira de Sinais), todos com recursos de acessibilidade.

• Descobrindo novos materiais interativos

A interatividade ajuda a aprender de forma diferente, não apenas lendo ou ouvindo, mas colocando a mão na massa. 

No especial multimídia Aprendizado inicial da escrita: uma proposta de sistematização, o objetivo é relembrar conceitos e práticas de ensino e aprendizagem da língua escrita. Publicado já há 10 anos, ele continua atual e interessante.

Quem busca saber mais sobre a trajetória da alfabetização no Brasil, do final do Império e início da República até os dias atuais pode explorar o especial Das primeiras letras aos multiletramentos: caminhos na história brasileira. 

• Aprendendo com outras experiências

Conhecer e compartilhar relatos de experiências de diferentes projetos, escolas e redes de ensino com alfabetização é essencial para se inspirar e pensar em diferentes maneiras e estratégias que podem ser adaptadas e adequadas ao seu contexto. 

Por exemplo, é possível conhecer as estratégias da rede municipal de Ribeira do Pombal, na Bahia, para enfrentar os desafios da alfabetização no pós-pandemia, ou de Itaóca (SP).

Durante a pandemia, o projeto Letra Móvel, desenvolvido pela Comunidade Cenpec em parceria com a Fundação Tide Setubal com estudantes do 1º ano do ensino fundamental de uma escola estadual da periferia de São Paulo, apoiou com sucesso crianças em alfabetização e letramento por meio de chamadas de vídeo de WhatsApp durante o período de escolas fechadas.

Confira abaixo o vídeo-relato dessa experiência inédita:

✏️ Saiba mais sobre o projeto aqui

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Veja também 

• O olhar amoroso na alfabetização de jovens e adultos
• Maria Alice Junqueira: como a família pode contribuir para a alfabetização?
• Alfabetização em qualquer idade
• Criando famílias literárias a partir de livros que circulam
• Oficina: Passeios letrados