No Dia da Consciência Negra, Portal CENPEC Educação traz coletânea de materiais para ajudar professores a abordar a temática afro-brasileira em sala de aula
No dia 20/11, comemora-se o Dia da Consciência Negra, instituído no Brasil por meio da Lei nº 12.519/2011. Embora relativamente recente no calendário oficial nacional, suas origens remetem à década de 1960, quando ativistas negros passaram a se reunir na Rua dos Andradas, no Centro histórico de Porto Alegre (RS).
Desses ativistas, originou-se o Grupo Palmares de Porto Alegre, em 1971, que homenageava, no nome, o famoso quilombo localizado no estado de Alagoas. O Palmares buscava uma data alternativa ao 13 de maio (abolição da escravatura), por esta honrar, no entender do grupo, mais a princesa Isabel que a herança negra na cultura brasileira.
A data escolhida foi o dia 20 de novembro. Nesse dia, no ano de 1695, morria Zumbi dos Palmares, assassinado por tropas coloniais. Emblemática, a nova data era considerada mais representativa de uma libertação que havia ocorrido como conquista e pela luta e resistência dos negros, e não por uma decisão de Isabel e do governo imperial em 1888.
Nascia assim o Dia da Consciência Negra. Para mais detalhes, confira:
Promulgada anos antes, a Lei nº 10.639/2003, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) para tornar obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira, tornou ainda mais relevante o Dia da Consciência Negra.
No entanto, mesmo num contexto em que, pela primeira vez, negros passam a ser maioria no ensino superior público do País, na prática, a abordagem sobre sua contribuição para nossa história e cultura segue irregular nos currículos de estados e municípios. Além disso, mesmo quando prevista, não necessariamente é realizada, até mesmo por desconhecimento de secretarias de Educação, gestores e professores sobre como abordar o conteúdo.
“Ainda nos surpreendemos ao chegar a instituições e secretarias e ver que, para muitos, esse é um assunto novo”, diz a doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), Waldete Tristão, em reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
O conteúdo assinado pela repórter Angela Pinho, no entanto, traz exemplos de escolas que abordaram o conteúdo de forma criativa e interessante. Pela mesma razão, o Portal CENPEC Educação faz hoje uma coletânea de materiais que podem ajudar professores a trabalhar a temática afro-brasileira com seus alunos.
Com oito artigos, uma resenha e uma nota de leitura, a edição especial dos Cadernos CENPEC sobre equidade racial aborda a importância do tema para o enfrentamento das desigualdades. Combate ao racismo, ações afirmativas e produção de conhecimento estão entre os assuntos trabalhados.
Esta edição dos Cadernos CENPEC traz temas variados, mas o artigo “Conhecimento científico e tecnológico dos povos africanos: estratégia de resistência à tradição seletiva no ensino de ciências” é especialmente útil no sentido de valorização do conhecimento produzido na África.
Valter Roberto Silvério trabalha com a importância da diversidade brasileira nos currículos escolares e participou da edição brasileira deHistória Geral da África, da UNESCO. A entrevista fala de seu trabalho e traz links para os dois volumes do livro.
Mulher e negra, Conceição Evaristo é homenageada na Olimpíada de Língua Portuguesa e no Prêmio Jabuti 2019. A entrevista com a autora aborda sua obra e o conceito criado por ela, de escrevivências.
Produzido de forma colaborativa, o Mapa da Literatura Brasileira traz dezenas de indicações de obras trazidas por leitores de todo o País. Entre os temas, há livros de autores negros que podem ser consultados por professores e alunos.
A Revista Crioula traz, neste especial, uma série de discussões sobre a produção de autores negros na literatura em língua portuguesa e pode constituir-se em um guia bastante útil para quem busca referências em literatura afro-brasileira.
O Caderno de saberes, fazeres e atividades: modos de brincar, desenvolvido pelo projeto A Cor da Cultura, é o destaque deste conteúdo, com foco na educação infantil e na abordagem das relações étnico-raciais, em diálogo com os professores.
O conteúdo do especial trata de expressões da cultura popular brasileira, principalmente músicas e danças, e das possibilidades de inseri-las no currículo. Embora não seja específico sobre cultura afro-brasileira, aborda expressões influenciadas pelos povos negros, como o jongo.
Geledés:o movimento de mulheres negras traz conteúdos de discussão política e também artística e é uma referência fundamental para debater afro-brasilidades e gênero;
AfroEducAÇÃO: o movimento é engajado na aplicação da Lei nº 10.639 e traz conteúdos relevantes para serem aplicados em sala de aula;
MASP:O museu paulistano realizou, há alguns anos, a mostra Histórias Afro-Atlânticas, com uma série de obras que podem ser utilizadas para abordar história e cultura afro-brasileiras.
Museu Afro Brasil:também em São Paulo, destaca a perspectiva africana na formação do patrimônio, identidade e cultura brasileira, com materiais fundamentais para professores e alunos.
Veja também
Nossa História começa na África, especial com o historiador João Reis.
A historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz fala sobre como a escravidão é amenizada e está enraizada na sociedade e cultura brasileiras.
A Bahia é berço da primeira ópera negra do Brasil e única produzida em português e iorubá. Lídia de Oxum estará em cartaz entre os dias 21 e 23/11/19, no Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador.
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