Especialistas do CENPEC Educação comentam as taxas de analfabetismo no País em alusão ao Dia Mundial da Alfabetização
O CENPEC Educação foi convidado por dois veículos a comentar a situação do analfabetismo no Brasil em alusão ao Dia Mundial da Alfabetização, observado no último domingo, dia 8 de setembro.
O número vem caindo ao longo do tempo, mas com menos velocidade do que se desejava. Entre 2017 e 2018, por exemplo, a queda foi de apenas 0,1%. Até 2015, segundo o Plano Nacional de Educação (PNE), o Brasil deveria ter elevado a taxa de alfabetização para 93,5%, mas ficou abaixo do objetivo. O PNE também estabelece como meta a erradicação do analfabetismo até 2024.
Para comentar esses dados, Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do CENPEC Educação, participou ontem (9) do jornal JC1, da TV Cultura, de São Paulo (SP).
Para a especialista, o Brasil avançou muito ao longo do século XX. Em 1900, por exemplo, mais de 65% da população era analfabeta, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), índice que chegou a 13,6% já no ano 2000. Os atuais 6,8%, porém, ainda correspondem a mais de 11 milhões de pessoas.
“Ainda é um número bastante significativo”, comenta
Altenfelder. “A preocupação agora, que é o grande desafio do Brasil, é
erradicar o analfabetismo, mas também [trabalhar] com a população que foi para
a escola, mas não conseguiu se alfabetizar plenamente”.
A Avaliação Nacional de Alfabetização (…) mostra que mais de 1 milhão de crianças no terceiro ano do Ensino Fundamental não alcançaram as aprendizagens esperadas para essa faixa de escolaridade – e é preciso que a intervenção seja feita nessa etapa, para não apurarmos esse resultado mais à frente.”
Anna Helena Altenfelder
Formação de professores
A reportagem da TV Cultura também abordou a importância da
formação para os professores, em especial os que alfabetizam. Para a presidente
do Conselho de Administração do CENPEC Educação, a formação inicial dos
professores é ainda um grande desafio em termos de articulação e prática e, por
isso, requer um acompanhamento adequado.
“Acho muito importante que os professores possam ter sua formação inicial presencial”, opina Anna Helena a respeito do crescimento dos cursos a distância para formação inicial de professores. A especialista, no entanto, considera que, levando em conta as grandes distâncias do País, estratégias de educação a distância (EAD) devem, sim, ser pensadas, “mas com estratégias que garantam essa prática e esse acompanhamento”, pontua.
A educação domiciliar foi outro tema abordado no especial da TV Cultura. Reafirmando sua posição em outras oportunidades, Anna Helena manifestou preocupação do homeschooling enquanto política pública, tanto no sentido da importância de que as crianças convivam em outros espaços para além do familiar quanto pela necessidade de atender um contingente de mais de 2 milhões fora da escola e 2,5 milhões vítimas de trabalho infantil. “É preciso proteger as crianças de situações que possam acirrar e ampliar essa questão”, afirma.
Confira a nota técnica do CENPEC Educação sobre o homeschooling
A reportagem trazida pelo portal R7, publicada no próprio dia 8, também abordou o analfabetismo a partir da perspectiva de fortes avanços, mas do desafio ainda presente de erradicá-lo.
Maria Alice Junqueira de Almeida, coordenadora do projeto Letra Viva Alfabetiza, do CENPEC Educação, observa que o Brasil demorou para universalizar o ensino: “Isso só ocorreu aqui no século XX. Países vizinhos da América Latina começaram esse processo no século XIX”.
Essa questão gera uma dívida histórica que ainda coloca o País em 8º lugar no número de adultos analfabetos, à frente de Indonésia e Congo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, há o desafio de garantir que crianças sejam aptas a ler e escrever na idade adequada.
Temos o desafio de garantir que todas as crianças matriculadas na escola sejam alfabetizadas na idade certa.”
Maria Alice Junqueira de Almeida
Segundo a coordenadora, também é necessário elaborar políticas públicas consistentes e investir na infraestrutura e na formação e carreira do professor.
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