Apoio Pedagógico Complementar: organização das redes em cenário de pandemia
Formação a distância com técnicos de secretarias traz subsídios para articulação das redes em prol do direito à educação associado à garantia da segurança de todos e todas
De 27/7 a 23/8, a formação a distância do programa Apoio Pedagógico Complementar (Itaú Social/CENPEC Educação/Consórcio Intermunicipal de Gestão Pública Integrada nos Municípios do Baixo Paraíba – Cogiva) estará voltada ao tópico “Caminhos para a organização da rede em cenário de pandemia de COVID-19”.
O objetivo desse tópico, que faz parte do módulo de Planejamento do programa, é oferecer subsídios para a elaboração de um protocolo e a entrega de um plano de ações que articulam a rede em torno da garantia do direito à educação de todos e todas as estudantes. Para isso, as(os) técnicas(os) das secretarias participantes terão acesso a textos e vídeos, que serão lidos e discutidos no ambiente de formação, além de participarem de uma videoconferência com o professor Alexsandro Santos (USP/FGV).
Segundo Érica Catalani, coordenadora do programa no CENPEC Educação, a inclusão desse tópico na formação tem como objetivos:
refletir e partilhar conhecimento sobre os desafios para a organização da gestão educacional e da gestão escolar decorrentes do cenário de pandemia de COVID-19;
organizar e discutir subsídios ao planejamento e à implementação de ações para a garantia do direito à educação durante o distanciamento social e no retorno às atividades presenciais;
estruturar a construção dos protocolos de retorno às atividades presenciais pelos municípios envolvidos na formação.
Direito à educação e protocolo de retorno às aulas presenciais
Quais devem ser os cuidados e as orientações que as redes de ensino devem oferecer às escolas para garantir a aprendizagem de todos os estudantes, assim como a segurança e a saúde de educadores, alunos e demais envolvidos nos processos pedagógicos desenvolvidos nas instituições de ensino? Para tratar desse tema, conversamos com Alexsandro Santos, doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP).
Santos é pesquisador, em estágio pós-doutoral, no Programa de Administração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e no Programa de Psicologia da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). É também diretor-presidente da Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo, professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Cidade de São Paulo e coordenador do curso de Pedagogia da Faculdade do Educador, além de integrar o Programa Internacional de Fellowship da Fundação Ford. Confira a entrevista:
Portal CENPEC: Quais devem ser os principais cuidados e providências a serem garantidas pelas redes de ensino no caso de um possível retorno às aulas presenciais?
Alexsandro Santos. Foto: arquivo pessoal
Alexsandro Santos: O planejamento para a retomada das atividades presenciais nas unidades educacionais exige das redes de ensino a construção cuidadosa de ao menos quatro tipos de protocolos e ações:
melhoramento sanitário e da infraestrutura das escolas, para diminuir os riscos de contaminação por coronavírus nos espaços escolares;
formação e orientação à saúde, para ajudar as equipes escolares a identificar educandos com sintomas de contaminação e realizar os procedimentos necessários a seu atendimento e à proteção dos demais;
acolhimento aos educadores, famílias e educandos, que foram profundamente impactados pelo período de afastamento e retornarão às atividades presenciais marcados por impactos afetivos e psicossociais, com medo, insegurança e, muitas vezes, tendo experimentado o luto na própria família;
por fim, garantia do direito à educação (acesso, permanência, aprendizagem e transição para o próximo ano letivo).
Portal CENPEC: Existem princípios orientadores de um protocolo para esse momento que possa ser seguido por todas as escolas?
Alexsandro Santos: Vejo cinco princípios fundamentais:
preservação da vida e da proteção à saúde dos educadores e dos educandos;
acolhimento, marcado pela relação entre cuidar e educar que é um fundamento da educação básica;
gestão democrática, na construção coletiva e compartilhada das ações que garantirão a segurança e o bem estar para o retorno;
equidade, que nos leva a considerar as desigualdades enormes neste país e a oferecer respostas para diminuir e mesmo impedir que essas desigualdades aumentem por força dos efeitos da pandemia;
defesa do direito humano à educação (acesso, permanência, aprendizagem com sucesso e fluxo escolar adequado para todas e todos).
Portal CENPEC: Como está sendo a formação às técnicas das secretarias do Programa Apoio Pedagógico Complementar no sentido de ajudá-las a planejar o retorno às aulas?
Alexsandro Santos: O foco da formação é duplo: apoiar as secretarias a compreenderem melhor os limites desse momento de afastamento social, reorganizando suas ações para a garantia de aprendizagem; e oferecer subsídios para o planejamento de todas as ações que serão necessárias para garantir o retorno seguro e a retomada das aprendizagens das crianças, adolescentes e jovens, com foco na garantia plena do direito à educação.
Retorno às aulas e recuperação da aprendizagem
As formações do Apoio Pedagógico Complementar têm como foco apoiar as secretarias de Educação dos municípios integrantes do Cogiva a enfrentar os desafios de aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental, para combater a reprovação, o abandono escolar e a distorção idade-série.
Nesse sentido, quais serão os subsídios do programa às secretarias participantes para a orientação das escolas e dos professores na recuperação da aprendizagem após o isolamento social? Sobre essa questão, Érica Catalani esclarece:
Foto: arquivo pessoal
O programa prevê a realização de encontros à distância para subsidiar os técnicos na formação de professores em Língua Portuguesa e Matemática.
Essa formação envolve a identificação de habilidades essenciais a serem desenvolvidas a partir dos diagnósticos dos conhecimentos dos estudantes.”
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