Jogando luz ao teatro de sombras

Por Stephanie Kim Abe

Há várias definições para a palavra “sombra”. Para uma(m) física(o), corresponde a uma área escura formada pelo bloqueio da fonte de luz por um objeto opaco. Uma(m) psicanalista associaria esse termo com o lado obscuro da personalidade de uma pessoa, como as características que ela procura esconder ou não tomar conhecimento. 

A sombra também pode se referir a algo escondido, a uma ameaça ou um medo, algo que assombra. Para uma(m) pintora(r), pode se referir à parte mais escurecida de um desenho ou pintura. Para uma(m) atriz ou ator, pode simplesmente significar uma maneira de fazer teatro, utilizando um foco de luz, uma tela branca e o jogo de sombra de uma silhueta, seja ela de uma pessoa, objeto ou fantoche, para criar os personagens e contar uma história. 

Todos esses diferentes significados e metáforas que a sombra proporciona tornam ainda mais potente essa forma de expressão artística – o que permite que o teatro de sombras seja uma potente ferramenta para se trabalhar com as(os) estudantes, tanto para explorar a imaginação, para trabalhar conceitos de física e muitos outros objetivos. 

Na peça O Dia em que a Morte Sambou, encenada pela trupe familiar Habib & Valeria, a narração tem acompanhamento de instrumentos de corda, sopro e percussão. O enredo mescla a cultura popular pernambucana com a técnica das sombras chinesas:

Materiais para conhecer e trabalhar o teatro de sombras

Para conhecer mais sobre essa arte milenar – há indícios de que o teatro de sombras tenha começado com os chineses, mas também é muito tradicional na Indonésia e na Turquia, por exemplo –, a Cartilha Brasileira de Teatro de Sombras, de Alexandre Fávero, é uma ótima fonte de informação para educadoras e educadores. O autor é sombrista, pesquisador e diretor da Cia Teatro Lumbra, de Porto Alegre (RS), que trabalha com essa prática. 

Mesmo sendo tão antiga, de importância fundamental, ainda não existe uma definição clara sobre a luz. Sabemos algumas características que nos permitem não só percebê-la, mas estudá-la: ela não tem volume, não possui peso, suas fontes são as mais diversas, possui todas as cores do espectro e viaja a aproximadamente 300 mil Km por segundo. Da mesma forma que estamos tentando entender a luz, pensamos sobre a sombra, na esperança de encontrar conhecimentos e aplicações cada vez mais funcionais. O teatro de sombras é uma dessas formas, que utiliza esse conjunto de fenômenos para comunicar alguma informação” 

(p.7, Cartilha Brasileira de Teatro de Sombras)

Há diversos vídeos on-line que ensinam e explicam como realizar um teatro de sombras. Um deles é a vídeo-aula sobre a construção de silhuetas ou bonecos para teatro de sombras da educadora Silvana Marcondes. 

Na produção, ela mostra passo a passo como montar diferentes bonecos, de pessoas e animais, articulados ou não. 

Confira abaixo e planeja a sua atividade:

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