Cultura indígena, periférica e clássica em cena: confira iniciativas diversas que trazem a experiência do teatro para dentro da sua casa. Banner: cena de "Meu reino por um cavalo"
Por Stephanie Kim Abe
Assim como a educação, a área da cultura foi muito atingida pela pandemia. Espetáculos, casas de cultura, exposições, museus, festas foram fechadas ou canceladas e, para quem trabalha na área, tem sido difícil atravessar esse período. Algumas das soluções encontradas passaram também por adotar a tecnologia na produção e na transmissão desses eventos culturais – tal qual os shows e lives realizados por cantores(as) e bandas dos mais diversos gêneros musicais.
Foto: reprodução TePI
No teatro, começaram a pipocar as peças on-line, seja a partir de projetos que ocorriam presencialmente e tiveram que se adaptar, seja por novas experiências que já nasceram com esse intuito. Um exemplo dessas iniciativas é oTePI – Teatro e os Povos Indígenas, lançado no final de novembro.
A plataforma, que tem curadoria de Andreia Duarte e Ailton Krenak, abriga diversos espetáculos protagonizados pelos povos originários. Há leituras dramáticas, conversas abertas, performances, podcasts e muito mais, envolvendo artistas integrantes dos povos Baniwa, Terena, Mapuche, Shipibo, Guajajara, Krenak, Tariano, Tukano, Potiguara, Pataxó, Pankararu, Guarani, Maxacali, Desana, Kamayurá, Tupinambá, Kadiwéu, Kubeo, Corezomaé e Wapichana.
Como explica o texto de apresentação da plataforma:
O TePI surge como um movimento que estima as biografias plurais presentes no nosso planeta! Por isso a ideia da plataforma como um espaço de troca, unindo artistas e intelectuais indígenas e não indígenas que trazem em seu pensamento e obra a reinvenção da vida para o bem comum.”
TePI
Confira abaixo mais duas dicas de espetáculos teatrais on-line para curtir este mês.
Projeto Espetáculo 2021
Na edição deste ano do projeto realizado pelas Fábricas de Cultura do estado de São Paulo, aprendizes e arte-educadoras(es) produziram cinco peças audiovisuais, experimentando com diferentes linguagens artísticas. Na unidade do Capão Redondo, por exemplo, o espetáculo intitulado A Vida é um Sonho? leva as(os) espectadoras(es) a uma viagem por diferentes mundos de sonhos e possibilidades.
Na companhia do MC Marsalis, a travessia passa por músicas autorais de gêneros musicais distintos e realizadas em homenagem a diferentes artistas, como Martin Luther King e Sérgio Vaz.
A produção foi realizada com cerca de 10 aprendizes de 14 a 21 anos, de forma remota até o meio do ano e, a partir de agosto, de forma presencial para as gravações.
Para Ícaro Rodrigues, um dos diretores da peça, o tema da obra faz muita referência ao período atual que estamos vivendo:
O sonho é uma metáfora do próprio espetáculo. Cada um na sua casa, se comunicando e sonhando junto por meio da tela do celular. Esse ‘sonho’ de que a gente trata na peça se refere tanto a uma ideia de utopias que a gente cria, como de objetivos que traçamos e como alcançá-los. Foi importante pensar nesses conceitos no trabalho pedagógico com as(os) jovens”.
Ícaro Rodrigues
Acompanhado de um coro de jovens, MC Marsalis canta:
“Eu tenho um sonho de que um dia todas as crianças serão criadas iguais. Que todas as quebradas serão um oásis de liberdade e justiça. Nesse justo dia, no Brasil, todas as pessoas, de todas as cores, raças e crenças, poderão se unir, como em nós irmãos. Todo preconceito eu rejeito, tenho direito de sonhar”
Assista abaixo:
Meu reino por um cavalo
Cena de Meu reino por um cavalo. Foto: João Caldas Fº/ Divulgação/ Site do Sesi
O espetáculo é dirigido por Angelo Brandini, premiado diretor e dramaturgo da Cia Vagalum Tum Tum, que traz adaptações de peças de William Shakespeare para crianças e jovens.
Todas as peças da companhia têm sido reconhecidas com os prêmios mais importantes de teatro infantil, como a Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e Prêmio São Paulo (antigo Coca-Cola FEMSA).
A peça é uma adaptação do clássico Ricardo III, cuja temporada on-line está aberta até 30 de janeiro, por meio do canal do YouTube do Centro Cultural Fiesp. A direção musical é de André Abujamra.
Foto: reprodução
Para o diretor, a montagem da peça hoje é muito significativa por dialogar diretamente com o momento atual, ao falar de poder e do que as pessoas são capazes de fazer para alcançá-lo e também sobre a questão da passagem da vida:
Como trabalho com tragédias, sempre apresento a morte de forma inusitada. Em cada um dos espetáculos, a morte se dá de forma diferente. Nesta peça as mortes são tratadas com um tom divertido, que é a forma mais leve do palhaço lidar com o assunto.”
Angelo Brandini
Para assistir, acesse o canal do Centro Cultural Fiesp no YouTube:
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