Arte e expressão na socioeducação

-

Arte e expressão na socioeducação

Conheça a publicação que traz subsídios para a arte-educação em abrigos e instituições de acolhida. A iniciativa é Instituto Minidi Pedroso de Arte e Educação Social (Impaes), em parceria com as Casas Taiguara e o Instituto Fazendo História

Conhecer, pensar e fazer arte nas suas diversas manifestações: música, cinema, fotografia, literatura e artes plásticas. Experimentar novos olhares sobre si e sobre os outros por meio do ato criativo, superando desafios e descobrindo potenciais.

Esses foram os objetivos que moveram os encontros de formação com educadoras e educadores sociais que trabalham em abrigos e Crecas – centros de referência da criança e do adolescente – que tinham em comum o interesse pela arte. Iniciativa do Impaes em parceria com as Casas Taiguara e o Instituto Fazendo História, os encontros, mediados por facilitadoras(es) do Projeto Arte nos Crecas, aconteceram semanalmente aos sábados, durante nove meses, na Casa Taiguara de Cultura, em São Paulo, capital.

As experiências e reflexões fruto desses encontros foram tão ricas que as(os) participantes decidiram registrar em uma publicação, que coloca a arte-educação no centro do processo educativo com crianças e adolescentes nesses espaços.

Foto: Arte e expressão, 2011

Percebemos que a escuta e leitura de narrativas mobilizam nossas lembranças e nossa vontade de continuar fazendo história. E este é um direito de todas as crianças e adolescentes, que nós fazemos questão de ajudar a garantir!”

Narrativas, em Arte e expressão, 2011.

📕 E-book Arte e expressão: baixe na íntegra

Em Arte e expressão, as(os) educadoras(es) sociais participantes desses encontros formativos registraram reflexões e experiências práticas cheias de sensibilidade, fruto do diálogo entre arte e educação, na relação com as crianças e adolescentes. Confira!


A socioeducação e os direitos das crianças e dos adolescentes

No Brasil, desde 1988, com a promulgação da Constituição Federal hoje vigente e do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990, as crianças e as(os) adolescentes são sujeitos com direito à proteção integral. A garantia desse direito é responsabilidade conjunta do Estado, da família e da sociedade civil:

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

(Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8.069/1990)

❓ Quais são os instrumentos que o Estado e a sociedade civil devem lançar mão para efetivar esses direitos quando não são garantidos pela família?

Quando famílias ou responsáveis estão impossibilitadas de cumprir seu papel de cuidado e proteção, a medida de proteção prevista pelo ECA é o acolhimento institucional temporário em abrigos e Centros de Referência da Criança e do Adolescente (Creca). Essas instituições são encarregadas de acolher crianças e adolescentes em vulnerabilidade, até que possam retornar à família de origem, ser encaminhadas à adoção ou até atingir a maioridade.

❓ E qual é o papel da socioeducação e da arte-educação?

As educadoras e os educadores sociais são figuras de referência na relação com as crianças e adolescentes em acolhimento institucional. Responsáveis pelo cuidado e pela educação das(os) acolhidas, essas(es) profissionais têm entre seus desafio trazer a arte para o cotidiano dessas instituições, envolvendo as(os) educandas(os) em situações que promovam seu desenvolvimento integral de forma lúdica, criativa e estimulante.

Foto: Arte e expressão, 2011

Amar, cuidar, brincar, sonhar, falar, aconchegar, acordar, relembrar, atentar, observar, comunicar, dialogar,
explicar e contextualizar são ações que devem fazer parte do dia a dia do educador.
Por fim, é preciso acreditar na educação social como um instrumento conscientizador e emancipador!”

“O papel do educador social”, por Sabrina, educadora, em Arte e expressão, 2011.

Para isso, é fundamental que as(os) próprias(os) educadoras(es) vivenciem as linguagens e expressões artísticas, explorando suas potencialidades e os diversos olhares que o ato criativo possibilita a quem nele se aventura.


Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque é capaz de amar.”

Paulo Freire, Pedagogia da autonomia, 1996

Territórios de Formação em Arte: confira as oficinas de sensibilização em arte voltadas à educação infantil. As propostas são baseadas em uma iniciativa de formação de educadoras(es) infantis do Impaes.


Veja também