O retrato do analfabetismo brasileiro

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O retrato do analfabetismo brasileiro

Pesquisa divulgada pelo IBGE mostra leve queda na taxa de analfabetismo no Brasil em 2018

Publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2018 mostram uma leve queda na taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais. A pesquisa aponta uma redução percentual de 6,9% para 6,8%, o equivalente a 1,3 milhões de analfabetos no Brasil.

O estudo também aponta uma maior taxa de analfabetismo entre pessoas afrodescendentes, principalmente entre os idosos. Segundo o documento, em 2018, a taxa percentual de analfabetos com 60 anos ou mais que se identificam como pretos e pardos foi de 27,5%, percentual três vezes maior que dos idosos da cor branca (10,3%).

Entre pessoas com 15 anos ou mais, o cenário se repete: a taxa de analfabetismo entre jovens brancos é de 3,9%; entre os pretos e pardos a taxa percentual sobe para 9,1%.

Foto: Pixabay/Reprodução.

Segundo o estudo, devido aos altos percentuais de analfabetismo, o Norte e o Nordeste não cumpriram as metas do Plano Nacional de Educação (PNE). O IBGE, porém, não informa em que ano as regiões com menores taxas de analfabetismo, como Sul e Sudeste, passaram a cumprir a meta do PNE.

O documento ainda mostra como as desigualdades regionais desafiam o país a cumprir as metas do PNE – que prevê a erradicação do analfabetismo no Brasil até 2024. Em entrevista à UOL Educação, Marina Águas, analista do IBGE, ressalta que a pesquisa atesta a desigualdade de oportunidades entre as regiões brasileiras.

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Aprendizagem efetiva no combate ao analfabetismo

Em entrevista ao portal O Globo, a presidente do Conselho de Administração do CENPEC Educação, Anna Helena Altenfelder, defende que os gestores precisam concentrar esforços na aprendizagem dos estudantes. A educadora cita, por exemplo, problemas como a distorção idade-série geram evasão do jovens do ambiente escolar.

Anna Helena Altenfelder acredita na melhora da aprendizagem para um educação de qualidade
Foto: Acervo CENPEC Educação.

Altenfelder ainda ressalta a necessidade de garantir uma política efetiva de aprendizado e corrigir as deficiências do sistema educacional para garantir que os números não aumentem. “Não podemos admitir que o aluno saia da escola sem aprendizagem adequada, sem nível de alfabetização adequado” afirma.

Sobre as políticas educacionais, Altenfelder lamenta a estagnação dos planos e projetos governamentais e comenta que o financiamento da educação, principalmente Fundeb, são insuficientes.

Em entrevista para o portal Correio Brasiliense, Anna Helena Altenfelder reforçou que é preciso investir na formação de professores e na implementação da Base Nacional Curricular (BNCC). Ela defende ainda uma política séria de enfrentamento as desigualdades sociais na educação.

Se a gente quer um país socialmente justo e economicamente desenvolvido, é preciso fazer um investimento na educação.”

Anna Helena Altenfelder

Anna Helena Altenfelder em entrevista ao portal O Globo

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