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Relembrando memórias e fatos da ditadura militar brasileira para que não se repita
Por Stephanie Kim Abe
Há exatos 59 anos, dava-se início ao golpe que instauraria um dos períodos mais sombrios da história brasileira. As Forças Armadas, com apoio da elite, deporia o então presidente João Goulart, com o argumento de afastar o perigo do comunismo, uma vez que Goulart buscou estabelecer as Reformas de Base.
O Regime Militar começou em 1964 e estendeu-se até 1985, passando por uma fase de maior repressão e recrudescimento entre os anos 1969 e 1978, antes de começar uma lenta reabertura política.
Para apurar os crimes e as violações de direitos humanos cometidos durante este período pelo governo, foi instituída a Comissão Nacional da Verdade (Lei 12.528/2011), cujos trabalhos foram finalizados em 2014. Dentre as recomendações listadas no final do Relatório da Comissão, está a “promoção dos valores democráticos e dos direitos humanos na educação”:
“O compromisso da sociedade com a promoção dos direitos humanos deve estar alicerçado na formação educacional da população. Assim, deve haver preocupação, por parte da administração pública, com a adoção de medidas e procedimentos para que, na estrutura curricular das escolas públicas e privadas dos graus fundamental, médio e superior, sejam incluídos, nas disciplinas em que couberem, conteúdos que contemplem a história política recente do país e incentivem o respeito à democracia, à institucionalidade constitucional, aos direitos humanos e à diversidade cultural.”
(Comissão Nacional da Verdade – Relatório – dez. 2014)
Passado Presente – Semana Ditadura e Democracia
Ao longo desta semana, a TV Brasil apresentou uma programação especial chamada Passado Presente – Semana Ditadura e Democracia, buscando resgatar a memória do regime militar e relacioná-los com os acontecimentos atuais.
Entre os filmes veiculados, estiveram Batismo de Sangue, que conta a resistência dos frades dominicanos, baseado no livro homônimo de Frei Betto, e O Dia que durou 21 anos, documentário que foca na participação dos Estados Unidos no processo de deposição do presidente João Goulart.
Hoje (31/03), às 22h, será exibido o documentário A flecha e a farda, resultado de uma pesquisa por fotografias do Museu do Índio, que retrata a primeira e única Guarda Rural Indígena, um grupo de 80 indígenas que foram treinados pelos militares em 1970.
O filme é seguido de um debate com o tema “Amazônia ontem e hoje”, com a participação de Maíra Pankararu e Cecília Adão.
A programação segue até domingo (dia 02/04). Acesse a programação completa aqui e assista ao trailer do filme aqui.
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Memórias da Ditadura
“Conhecer o passado para entender o presente e construir o futuro.”
É com esse mote que o portal Memórias da Ditadura se apresenta, uma realização da Vlado Educação – Instituto Vladimir Herzog.
O portal tem como objetivo ser uma referência na web sobre os acontecimentos desse período, trazendo esse conteúdo em textos e outras mídias.
Como era a educação antes, durante e depois da ditadura; quem foram os grupos que sofreram repressões; como a produção artística dos mais diversos meios se engajou nessa luta política; quem resistiu e quais foram as violações do Estado são alguns dos muitos assuntos abordados pelo Portal. Há também indicação de exposições on-lines que envolvem essas temáticas.
Há ainda uma área dedicada especialmente a educadoras(es), em que é apresentada tanto a importância e o papel que a escola e as(os) profissionais de educação tem em abordar esses fatos históricos de forma crítica e contextualizada, buscando garantir que esses episódios não se repitam, como trazendo propostas de sequências didáticas e de atividades para serem realizadas com as(os) estudantes que as(os) colocam como protagonistas dessa formação crítica.
“No portal Memórias da Ditadura, a História é recuperada à luz dos direitos humanos abordando um momento da História do Brasil em que foram cometidas muitas atrocidades, às quais a escola deve dar relevância. É preciso que se conheça, para que nunca mais aconteça”.
