2ª Mostra Taturana de Cinema: democracia e antirracismo em tela

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2ª Mostra Taturana de Cinema: democracia e antirracismo em tela

Escolas e organizações podem organizar sessões gratuitas dos 23 filmes em seus espaços até o final do ano; saiba como

Por Stephanie Kim Abe

O mês de novembro está chegando, e com ele uma intensa programação que tem como foco a questão do racismo e das relações étnico-raciais, por conta do dia 20, Dia da Consciência Negra. Mas é importante sempre lembrar que a questão deve ser tratada para além de uma efeméride, já que o racismo estrutura a nossa sociedade e, para que possamos avançar de forma equitativa como nação, é preciso que reconheçamos essas distorções e desigualdades.

Uma maneira de fazer isso na escola é pensar para além de projetos culturais pontuais, garantindo formação continuada de educadores(as) sobre a temática, análise e compreensão de dados estatísticos sobre como os(as) estudantes negros(as) e indígenas são mais afetados(as) pelas desigualdades educacionais, políticas públicas afirmativas. E, claro, um ambiente de respeito e inclusão nas instituições de ensino que acolham a todos e todas.

Saiba mais sobre o racismo estrutural na escola e a importância de uma educação antirracista

Para ajudar a colocar esse tema em pauta com toda a comunidade escolar, vale conhecer a Mostra Taturana de Cinema: Democracia e Antirracismo. Realizada em parceria com a Coalizão Negra por Direitos, a Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN) e a Wonder Maria Filmes (Portugal), a mostra reúne curtas e longas-metragens documentais, produzidos no Brasil e no exterior, que colocam em perspectiva a democracia e a luta antirracista. 

Carol Misorelli, sou cofundadora e diretora da distribuidora Taturana, explica como surgiu a temática desse ano:

Na primeira edição, que aconteceu em 2019, nós focamos bastante nos processos democráticos, nos filmes que abordavam a participação. Percebemos que, ao longo do processo de diálogo e debate da Mostra, surgiu essa questão que é imprescindível para o debate democrático: o racismo estrutural no Brasil.”

Carol Misorelli

A mostra é composta de 23 filmes, dirigidos por pessoas negras e indígenas, divididos em seis eixos temáticos:

● Em defesa da vida: direito ao território e ao modo de viver; 

● Experiências do corpo e da fé: religiosidade, estética e antirracismo;

● Árvore da memória: busca da ancestralidade e combate ao apagamento e à invisibilidade;

● Muros do racismo: estruturas e fronteiras geográficas, materiais e simbólicas; 

● Vidas negras importam: violência de Estado e genocídio da população negra; 

● Outras histórias possíveis: memória, vozes e disputa de narrativas. 

Carol explica

Garantir produções que trouxessem o olhar para a democracia a partir do ponto de vista desses diretores e diretoras negros(as) e indígenas era uma questão de coerência e representatividade fundamental. Acabamos juntando, assim, tanto perfis mais jovens, menos conhecidos, como pessoas que já tem um reconhecimento pelas suas produções relevantes.”

Carol Misorelli

Agende a sua própria sessão gratuita e aberta

A Mostra estreiou em setembro, mas mesmo quem não acompanhou a programação ainda pode assistir os filmes participantes. “A Taturana é uma distribuidora com foco em impacto social, então a nossa proposta é que a circulação dos filmes promova debates, conversas e aprofundamento do tema”, diz Carol.

Assim, qualquer pessoa, coletivo, organização, universidade, escola pode organizar uma sessão de um ou mais filmes da Mostra em seus próprios espaços. “Pedimos que elas sejam sessões coletivas, de no mínimo 5 pessoas, que possam asssitir às produções conjuntamente e depois discutir sobre elas”, propõe a diretora.

A organização também disponibiliza um material complementar com informações sobre os filmes e pontos de partida para o debate.

As sessões podem ser agendadas no site da Mostra, na seção Itinerância, até 31 de dezembro de 2021. Elas podem ocorrer on-line ou de forma presencial, conforme a pessoa ou organização interessada quiser.


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