O Portal CENPEC Educação seleciona canais que podem contribuir para a aprendizagem de outras línguas, com enfoque no uso social
Por João Marinho
Aprender a língua inglesa propicia a criação de novas formas de engajamento e participação dos alunos em um mundo social cada vez mais globalizado e plural, em que as fronteiras entre países e interesses pessoais, locais, regionais, nacionais e transnacionais estão cada vez mais difusas e contraditórias.
Mais ainda, o tratamento do inglês como língua franca o desvincula da noção de pertencimento a um determinado território e, consequentemente, a culturas típicas de comunidades específicas, legitimando os usos da língua inglesa em seus contextos locais. Esse entendimento favorece uma educação linguística voltada para a interculturalidade.”
BNCC, 4.1.4.1
É assim que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) descreve o ensino do inglês para o ensino fundamental. Na BNCC, a abordagem sobre a língua inglesa – que também faz parte do conteúdo curricular para o ensino médio, na área de linguagens e suas tecnologias – traz como diferencial a proposta da mesma como uma língua global, franca, o que propõe não apenas uma visão intercultural e “desterritorializada” do idioma, oriunda das identidades plurais de seus falantes em todo o mundo e distante da percepção de que o único inglês “correto” é o norte-americano ou britânico, mas também considerar as práticas sociais digitais, com ênfase em multiletramentos.
Especificamente para o ensino médio, essa visão é aprofundada na BNCC, possibilitando, ainda, uma abordagem mais crítica a partir da utilização da língua.
As aprendizagens em inglês permitirão aos estudantes usar essa língua para aprofundar a compreensão sobre o mundo em que vivem, explorar novas perspectivas de pesquisa e obtenção de informações, expor ideias e valores, argumentar, lidar com conflitos de opinião e com a crítica, entre outras ações. Desse modo, eles ampliam sua capacidade discursiva e de reflexão em diferentes áreas do conhecimento.”
Diante disso, a internet pode ser um local em que professores e estudantes podem buscar ferramentas não apenas para aprimorar a aprendizagem do inglês – e de outras línguas –, mas também para refletir sobre como as diferenças entre os idiomas influem na comunicação e no modo de pensar e de agir socialmente.
Idiomas no YouTube
O Portal CENPEC Educação selecionou alguns canais da plataforma YouTube que podem ser úteis nesse sentido, especialmente como complementos ao conteúdo curricular.
Criados por estrangeiros que já estiveram no Brasil ou se radicaram no País e falam português, os canais trazem, além dessas características, o ensino dos idiomas nativos de cada um deles com exemplos do dia a dia, comparações com o português brasileiro e usos de expressões típicas; não raro, de forma descontraída.
Não é incomum que os criadores também façam participações especiais nos canais uns dos outros e mantenham sites oficiais para o ensino mais aprofundado de suas respectivas línguas.
Na relação a seguir, falta o espanhol, importante devido à proximidade geográfica entre o Brasil e a América Hispânica e ao Mercosul. No entanto, em nossa pesquisa, não localizamos canais com as características descritas anteriormente.
Inglês
Você já ouviu falar do “e mágico” do inglês e sua função de alterar os sons de vogais curtas e longas? Já pensou em expressões que têm todo o sentido em nossa língua, mas não encontram paralelo nesse idioma? Consegue identificar a epêntese como uma característica comum dos falantes do português do Brasil?
Os canais SmallAdvantages, Ask Jackie e Tim Explica, criados pelos norte-americanos Gavin, Jackie e Tim, respectivamente, trazem uma série de vídeos para o ensino de inglês que tratam dessas e outras questões, com exemplos fonéticos e de uso social, além de comparações entre costumes. Assistam aos vídeos.
O canal VAI – Vou Aprender Italiano, criado pelo nativo Pierluigi, traz uma série de dicas de como aprimorar a aprendizagem do idioma italiano. Gestos e expressões do dia a dia, frases essenciais utilizadas na comunicação oral e comparações entre falsos cognatos estão entre alguns dos temas abordados pelo professor. Confira o vídeo.
Alexis, um francês que se radicou no Brasil, criou o canal Olá Brasil, no qual posta histórias curiosas sobre sua experiência no nosso País e traz aulas de francês para usos práticos e pontuais, como utilização da língua em viagens, gírias do cotidiano e vocabulários informais que, muitas vezes, não constam dos currículos escolares. Alexis também tem o costume de receber convidados de outros canais ou gravar especiais em outros canais. Assista.
Devido ao fato de a China ter-se tornado o principal parceiro comercial do Brasil, o interesse pelo chinês tem-se ampliado no País. No canal Pula Muralha, gerido pela chinesa Sisi e pelo brasileiro Lucas, há aulas básicas de chinês, além de vídeos mostrando as diferenças culturais entre os dois países. Há também um interesse social em diminuir preconceitos – nas últimas semanas, por exemplo, o casal tem-se dedicado a comentar sobre a crise do Covid-19 (coronavírus). Veja.
Diferentemente dos youtubers anteriores, a criadora do canal Coreaníssima, Helena (no nome brasileiro), embora dê aulas de coreano, dedica-se menos ao ensino direto do idioma nativo e muito mais à apresentação de diferenças culturais entre os países e dos desafios que teve ao aprender a língua portuguesa. Ainda assim, de forma descontraída, é possível aprender uma série de expressões idiomáticas e dicas de como lidar com as informações que as culturas trazem. Assista.
A websérie Educação e o Mundo dos Youtubers, produzida pelo CENPEC Educação, investiga novas possibilidades de aprendizagens no mundo digital e projetos desenvolvidos por jovens educadores na plataforma de vídeo, em diferentes disciplinas. Confira os quatro episódios abaixo, em ordem.
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