A História em Quadrinhos (HQ), como gênero textual, nasceu no final do século XIX e marcou todo o século XX, formando gerações de leitores. Narrativa em geral composta por texto escrito e imagem em uma sequência (por isso também denominada arte sequencial), ganhou novos formatos, estilos e fãs na contemporaneidade.
Yellow Kid. Foto: reprodução
Segundo o historiador e jornalista Álvaro de Moya, autor do livro História da história em quadrinhos: “A linguagem das HQs, com a adoção de um personagem fixo, ação fragmentada em quadros e balõezinhos de texto, surgiu nos jornais sensacionalistas de Nova York com o Yellow Kid (‘Menino amarelo’)”.
Parque Nacional da Serra da Capivara (PI). Foto: Wemerson Vieira de Oliveira/Wikipedia
A obra, do estadunidense Richard Outcault foi publicada em 1895 no suplemento infantil do jornal New York Sunday World. No entanto, a ideia bebe de uma fonte muito mais antiga. Pesquisadores apontam que as primeiras histórias em formato sequencial foram contadas pelos homens e mulheres paleolíticos, que, com carvão, pigmentos de planta e sangue, deixaram suas marcas em paredes de pedra por meio de pinturas rupestres.
Por muito tempo associados à cultura de massa e considerados como subliteratura, os quadrinhos têm hoje um público leitor cada vez mais extenso, composto por crianças, jovens e adultos de todas as idades. Seja como crítica social, política, entretenimento, reflexão, expressão estética, as HQs ganharam status de nona arte e dialogam com diferentes linguagens e gêneros, como a literatura, o jornalismo e o cinema.
Para Waldomiro Vergueiro, professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), coordenador do Observatório de Histórias em Quadrinhos (OHQ) e um dos autores do livro Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula (2008):
Foto: reprodução
As histórias em quadrinhos já são, naturalmente, um incentivo para o desenvolvimento do gosto pela leitura, uma vez que aguçam a curiosidade dos leitores e encaminham para outros tipos de leitura. Existem pesquisas que provam isso. Assim, a utilização em aula de obras literárias adaptadas para os quadrinhos pode incentivar os alunos a buscarem as obras originais dos autores. Mesmo que eles não busquem aquela obra específica que leram em quadrinhos na sala de aula, podem buscar outras do mesmo autor ou de autores que tratem de temas semelhantes. Mas, também nesse aspecto, tudo vai depender da forma como o professor trabalha a adaptação em sala de aula.”
As aventuras de Nhô Quim, de Angelo Agostini. Imagem: reprodução
No dia 30 de janeiro, celebra-se a história em quadrinho (HQ) no Brasil. A data, instituída em 1984, faz referência à publicação da primeira narrativa desse formato em nosso país. Trata-se de As aventuras de Nhô Quim ou Impressões de uma viagem à corte, do desenhista Angelo Agostini.
O primeiro capítulo dessa HQ foi publicado em 1869 na revista Vida Fluminense. Conta a história de Nhô Quim, um caipira que, ao mudar para o Rio de Janeiro, se choca com os costumes da cidade grande. Seu autor é Angelo Agostini, cartunista italiano que imigrou para o Brasil aos 16 anos.
… [Agostini] aproveitava-se das desventuras de um caipira rico, ingênuo, trapalhão e exilado na Corte pela família para tecer uma sucessão de críticas irreverentes aos problemas urbanos, modismos, costumes sociais e políticos da época. Comerciantes, imigrantes, artistas, prostitutas de luxo, candidatos, eleitores, autoridades e até um ou outro jornalista e caricaturista, desafeto de Agostini, é censurado nessa série de incidentes jocosos.”
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