Oficina: Bullying? Sou contra!

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Oficina: Bullying? Sou contra!

Vamos falar sobre bullying e combater essa prática! Autoria: Educação&Participação.

O que é?

Reflexão sobre a intolerância e suas consequências.

Materiais

Computadores, notebooks, tablets ou celulares com acesso à internet; papel sulfite; dicionários.

Finalidade

Desenvolver a compreensão sobre a importância do direito humano de toda pessoa ao respeito e à dignidade.

Expectativa

Repudiar qualquer tipo de discriminação e agressão; aprender a fazer intervenções adequadas em situações de bullying.

Público

Crianças e adolescentes.

Espaço

Sala de aula, sala de atividades, biblioteca, centro cultural, ou ambiente on-line.

Duração

1 encontro de 1h30 cada


Início de conversa

Bullying é uma palavra inglesa que significa ameaça, intimidação, acossamento. Envolve várias situações de agressão verbal ou física, como: colocar apelidos, ofender, humilhar, discriminar, excluir, intimidar, perseguir, assediar, amedrontar, agredir, bater, roubar ou quebrar pertences, entre outras.

O comportamento agressivo entre crianças e adolescentes é um problema que ocorre no mundo todo, visto até há pouco tempo como natural e sendo geralmente ignorado pelas pessoas adultas.

Foto: UFMG

Os estudos sobre bullying tiveram início na Suécia, na década de 1970, e se expandiram pelos outros países do mundo, inclusive no Brasil, embora mais recentemente, nos anos 1990.

Desde 2016, o dia 7 de abril foi instituído o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola. A iniciativa busca chamar a atenção para os problemas causados pelo bullying e estimular a reflexão sobre o tema.

As pesquisas com vítimas dessa prática têm mostrado que essas pessoas podem sofrer muito, correndo o risco de desenvolver depressão e manifestar tendências suicidas, Provavelmente o bullying também deixa marcas em quem pratica as agressões e em quem assiste ao ato silenciosamente, contribuindo para a formação de pessoas agressivas e passivas, respectivamente.

Embora muitas vezes o trabalho com este tema mostre muita impotência diante dos casos que aparecem, a iniciativa de falar sobre violência, trazer palavras para as situações traumáticas, orientar sobre o direito do ser humano de ser respeitado e tratado com dignidade, tem muito valor!


Na prática

Proponha uma roda de conversa e pergunte às crianças ou às(aos) adolescentes se já viram na internet, nos jornais, na TV, notícias de pessoas que atearam fogo em pessoas em situação de rua, em indígenas; torcidas de times que promovem verdadeiras guerras entre si, em dias de jogo de futebol; jovens que agridem homossexuais. Deixe que se manifestem e pergunte:

  • O que pensam disso?
  • Como evitar o preconceito, a violência?
  • A vida de uns vale mais que a vida de outros?
  • E sobre bullying, já ouviram falar?

Bullying é uma situação de intolerância e agressão que vem sendo bastante discutida na imprensa falada, escrita, televisiva e virtual e que ocorre com frequência nas escolas e em grupos de adolescentes, jovens e mesmo entre crianças, no mundo todo.

O bullying caracteriza-se por agressão física ou psicológica intencional, praticada seguidamente por um indivíduo ou um grupo contra uma ou mais pessoas, onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. A prática ocorre também no mundo virtual por meio de mensagens e posts intimidatórios e ameaçadores. E quantas fotos em situações delicadas e degradantes algumas pessoas expõem na internet, nas redes sociais, de seus próprios colegas, namoradas(os), ex-namoradas(os)?

Projete para eles o vídeo a seguir, da campanha Diga não ao bullying!, e peça para comentarem.


Em seguida forme grupos, em que cada participante discutirá uma situação de bullying, apontando algumas possibilidades de romper com essa prática destrutiva e desumana, naquela situação.

Ajude a turma a encontrar soluções pelo diálogo para as situações apresentadas, exercitando algumas reflexões como: o que fazer, quem procurar para pedir ajuda?

É importante procurar uma pessoa bem conhecida, de confiança, com quem sabem que podem partilhar segredos, como um familiar mais amigo ou um(a) professor(a) mais próximo(a). Forneça também o telefone do Conselho Tutelar de sua região.

Se alguém, depois de todas as considerações ainda não estiver sensibilizado ou defender de alguma forma a agressão, não insista.

Oriente a pessoa a refletir, entrar em contato com seus sentimentos e com a razão, e tirar algumas conclusões dessas reflexões.


Não deixe os ânimos se exaltarem. O assunto é tão delicado quanto imprescindível de ser tratado com crianças e adolescentes, mas evite uma postura moralista ou prescritiva, ensinando o que se deve fazer, porque ela poderá impedir que questões importantes venham à tona e possam ser refletidas e discutidas.

A seguir, apresente a eles alguns fundamentos legais e universais contra a intolerância de qualquer natureza. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948, preconiza:

Artigo 1o. Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.”

UNICEF. Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A Constituição Federal brasileira, de 1998, lei maior do país, assegura:

Artigo 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.”

Planalto. Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988.

E a Lei nº 7.716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, prevê punição para a discriminação ou preconceitos de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.


Hora de avaliar 

Distribua papel sulfite para cada participante formular uma frase, posicionando-se sobre o assunto. Junte todas as frases e monte um painel com o conjunto delas.

Se preferirem, podem colaborar com a produção coletiva por meio de desenhos, charges etc. O painel pode ser exposto para outras turmas ou mesmo dar início a uma campanha contra o bullying envolvendo toda a instituição e a comunidade.


Para ampliar 

Você pode propor uma pesquisa sobre locais públicos de atendimento em casos de qualquer tipo de discriminação e violência na região, organizando uma lista dos serviços, como delegacia da mulher, vara da infância e da juventude, conselho tutelar e telefones para denúncias, que garantem o sigilo, para ser distribuída nas escolas, igrejas e residências.

Proponha que envolvam a escola ou a organização numa ampla discussão sobre intolerância e preconceito, convidando representantes do Conselho Tutelar e da Promotoria Pública para o debate, além de pedagogas(os) e psicólogas(os).


Para saber mais

Assista à animação:

  • LOPES NETO, Aramis A.; SAAVEDRA, Lucia Helena. Diga NÃO para o bullying. Rio de Janeiro: ABRAPIA. 2003.
  • BEAUDOIN, Marie-Nathalie; TAYLOR, Maureen. Bullying e desrespeito: como acabar com essa cultura na escola. Porto Alegre: Artmed, 2006.
  • LOMONACO, Beatriz P.; NAKASU, Maria Vilela P. Desafios e possibilidades. Uma proposta de trabalho com adolescentes. São Paulo: Fundação Tide Setubal, 2008.

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