Aproximação com o conceito e experiências de economia solidária. Autoria: Educação&Participação
O que é?
Aproximação com o conceito e experiências de economia solidária.
Materiais
Para encontros presenciais ou remotos*: Computadores, notebooks, tablets ou celulares com acesso à internet, folhas de papel Kraft, pincéis atômico.
Finalidade
Conhecer formas de produção e consumo alternativos e comunitários.
Expectativa
Ampliar a visão sobre o funcionamento da economia; identificar outras possibilidades de se organizar e estruturar a vida coletiva.
Público
Adolescentes e jovens.
Espaço
Sala de aula, sala de atividades, biblioteca, centro cultural, ou ambiente on-line.
Duração
2 encontros de 1h30min cada.
*Em razão do cenário atual de ensino remoto para o combate à pandemia, fizemos observações para apoiar os(as) educadores a desenvolver esta proposta tanto em ambiente virtual como presencialmente.
Início de conversa
A economia solidária constitui uma alternativa de organizar as relações sociais segundo princípios que valorizam o ser humano, o trabalho, a justiça, a solidariedade e a sustentabilidade do planeta.
Propõe o desenvolvimento econômico socialmente justo e voltado à satisfação racional das necessidades de cada um e de todos/as os/as cidadãos/ãs, seguindo um caminho intergeracional de desenvolvimento sustentável e de qualidade de vida.
Na economia solidária, a produção, a distribuição e o consumo de produtos, dos quais necessitamos para viver são coletivos, respeitando e preservando o meio ambiente.
Nesse sistema de produção, o ser humano é tanto sujeito e como a finalidade da atividade econômica, ao contrário do sistema econômico convencional, que visa a acumulação de riqueza e capital. Nessa alternativa, todos produzem e todos têm acesso aos benefícios produzidos.
Ela busca outra qualidade de vida e de consumo, o que requer a solidariedade entre os/as cidadãos/ãs do centro e da periferia do planeta. Representa poderoso instrumento de combate à exclusão social, pois apresenta alternativas para geração de trabalho e renda e para satisfação das necessidades de todos/as.
Foto: reprodução
No Brasil, a economia solidária ganhou força por ocasião do 1º Fórum Social Mundial, realizado de 25 a 30 de janeiro de 2001, em Porto Alegre, que contou com a participação de 16 mil pessoas, vindas de 117 países.
Em 28 de maio de 2003, foi criada a Secretaria Nacional de Economia Solidária – Senaes, no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego, com a publicação da Lei 10.683/2003, e instituída pelo Decreto 4.764/2003. Esse órgão foi criado com o objetivo de viabilizar e coordenar atividades de apoio à economia solidária em todo o território nacional, visando à geração de trabalho e renda, à inclusão social e à promoção do desenvolvimento justo e solidário.
Em junho de 2003, na III Plenária Brasileira de Economia Solidária, que contou com a mobilização e participação de 17 estados e 90 pessoas de diferentes regiões do país, foi criado o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), articulando três segmentos: empreendimentos solidários, entidades de assessoria e fomento e gestores públicos.
Atualmente, o FBES está organizado em mais de 160 Fóruns Municipais, Microrregionais e Estaduais, envolvendo mais de 3000 empreendimentos de economia solidária, 500 entidades de assessoria, 12 governos estaduais e 200 municípios pela Rede de Gestores em Economia Solidária.
Na prática
Primeiro encontro: Apresentando a experiência do Conjunto Palmeiras – Fortaleza (CE)
Inicie a oficina perguntando aos/às participantes se já ouviram falar em economia solidária e o que sabem sobre isso. Estimule que falem o que sabem ou intuem a respeito do assunto, aproximando-os do conceito:
Economia solidária são práticas alternativas de produção e consumo intimamente vinculadas ao desenvolvimento local.
Nessas práticas, a comunidade se reúne para planejar o que e como vai produzir para satisfazer as necessidades das famílias que ali vivem, para gerar emprego e renda e também para alavancar o desenvolvimento local, com a circulação do dinheiro ali mesmo. Os produtos da economia solidária são naturais e não poluem o meio ambiente.
Dada a mudança econômica e cultural que provoca, geralmente, a proposta de implementação da economia solidária, numa comunidade, parte de uma universidade local ou de uma ONG especializada no assunto.
Explique que essa forma alternativa de praticar a economia desenvolveu-se, no Brasil, a partir da década de 1980, em contraposição a um padrão de produção e consumo que passou a exigir um nível alto de renda das pessoas, típico de sociedades mais industrializadas, como os Estados Unidos.
As populações mais pobres, não conseguindo acompanhar o ritmo semelhante, acabam expulsas para as regiões periféricas das cidades, nas quais a vida é menos cara, em busca de sobrevivência e, muitas vezes, são excluídas dos serviços e benefícios que a cidade poderia lhes oferecer.
Ao se organizarem ou criarem alternativas de trabalho e renda, em grupo, acabam recuperando uma forma digna de sobrevivência, por meio do próprio trabalho. Para isso, juntam esforços com seus pares de modo a contribuir para o desenvolvimento da comunidade.
Para que entrem em contato ou conheçam melhor o que significa economia solidária, convide os/as participantes a assistir um pequeno vídeo que conta como, há mais de 30 anos, a população de Palmas, cidade do Conjunto Palmeiras, em Fortaleza – CE, iniciou sua experiência de economia solidária.
Começou com uma associação de bairro, reivindicando condições dignas aos que foram despejados para o alagadiço a fim de que a parte rica da cidade pudesse crescer. A população se organizou e, além das reivindicações junto ao poder público, decidiu criar um sistema de produção e de trocas próprio do Conjunto Palmeiras. Então, realizou obras, planejou investimentos, captou recursos e com eles urbanizou o bairro e fundou um banco, que concedia pequenos créditos para os moradores produzirem o que eles precisavam para sobreviver e de maneira sustentável.
Questione-os sobre o significado da palavra sustentabilidade.
E se? Se eles disserem que é uma maneira de não agredir a natureza, concorde e amplie o conceito, que abrange o crescimento econômico com preservação do meio ambiente e inclusão social.
Com o tempo, a experiência foi se consolidando e o Conjunto Palmeiras ficou conhecido, foi notícia de jornais e passou a ser procurado para ajudar na construção de outras experiências semelhantes, em outros locais. Apresente o vídeo “A Revolução do Consumo”, que conta essa história:
Após assistirem ao vídeo, abra a roda para discussão, questionando o que chamou mais a atenção deles, o que consideram relevante nessa experiência. Coloque as seguintes questões para eles:
Como vivem os jovens?
O que fazem?
Em que trabalham as pessoas do bairro?
O que produzem?
O que consomem?
Que benefícios esse modelo de produção e consumo traz para os moradores?
Quais as dificuldades que encontram para expandirem o emprego e a renda a mais pessoas?
O debate pode durar por aproximadamente 30 minutos> Para sistematizar as ideias, peça que pensem em algumas frases que sintetizem o que debateram para você registrar em um cartaz a ser afixado na sala.
No ambiente remoto: você pode ir registrando as ideias em uma apresentação do Google e depois compartilhar na tela da reunião virtual. Outro recurso interessante é a nuvem de tags interativa, que os/as participantes criam simultaneamente e pode ser compartilhada durante a conversa. Assista aqui a um vídeo tutorial com dicas sobre o uso dessa ferramenta.
Segundo encontro: Conhecendo outras experiências
Neste encontro, os/as participantes entrarão em contato com outras experiências de economia solidária, desenvolvidas em áreas rurais e urbanas. Indique os três vídeos abaixo, que apresentam as experiências.
Ecoideias- – Economia Solidária. (experiências de São Carlos e Bauru, municípios do interior de SP)
2. Economia Solidária– Notícias do Acre (experiência de Rio Branco – AC)
3. TECHNE – Cooperativa de Trabalho Multidisciplinar Potiguar (experiência de João Câmara-RN)
Divida a turma em dois grupos, A e B, e em cada um organize duplas.
As duplas do grupo A, acessarão a experiência de João Câmara (RN) mais a experiência de São Carlos (SP).
As duplas do grupo B acessarão a experiência de Rio Branco (AC) e a de Bauru (SP).
Em ambiente virtual: você pode criar previamente links de reuniões on-line para cada grupo. (Há diversos ambientes gratuitos para isso, como o Zoom, o Google Meet e o Google Hangouts).
Aproximadamente 50 minutos depois, abra a roda (ou combine previamente para que voltem ao link do encontro geral) para socializarem as experiências das quais tomaram conhecimento. Peça, primeiro, para uma dupla do grupo A descrever as experiências; as demais complementam. Ao terminarem, levantem juntos os pontos em comum dessas experiências e registre num cartaz ou numa apresentação do Google.
Depois, repita com as duplas do grupo B.
Peça para observarem bem os dois cartazes e, a partir deles, questione sobre: o que podem concluir que seja economia solidária? Componha com eles um pequeno texto, na lousa ou em um cartaz, que sintetize o que compreenderam a respeito do conceito.
Hora de Avaliar
Em roda, peça para que avaliem a oficina:
Que aprendizagens ela trouxe?
O que consideraram mais significativo?
Tinham algum conhecimento da existência de experiências de economia solidária?
O que acharam dessa proposta alternativa de produção, distribuição e consumo de produtos?
O que mais poderá ser feito?
Os estudantes podem convidar alguns/mas participantes de experiências similares, para apresentá-las na instituição, promovendo um debate sobre elas e informando os caminhos para iniciativas semelhantes. O encontro, presencial ou virtual, poderá ser aberto à comunidade. Poderão também pesquisar na internet outras experiências de economia solidária, bem como vídeos e sites que discutem teoricamente a proposta.
O Portal Cenpec usa cookies para salvar seu histórico de navegação. Ao continuar navegando em nosso ambiente, você aceita o armazenamento desses cookies em seu dispositivo. Os dados coletados nos ajudam a analisar o uso do Portal, aprimorar sua navegação no ambiente e aperfeiçoar nossos esforços de comunicação.
Para mais informações, consulte a Política de privacidade no site.
Para mais informações sobre o tipo de cookies que você encontra neste Portal, acesse Definições de cookie.
Quando visita um website, este pode armazenar ou recolher informações no seu navegador, principalmente na forma de cookies. Essas informações podem ser sobre você, suas preferências ou sobre seu dispositivo, e são utilizadas principalmente para o website funcionar conforme esperado.
O Portal Cenpec dispõe de cookies estritamente necessários. Esses cookies não armazenam informação pessoal identificável. Eles são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas.
Any cookies that may not be particularly necessary for the website to function and is used specifically to collect user personal data via analytics, ads, other embedded contents are termed as non-necessary cookies. It is mandatory to procure user consent prior to running these cookies on your website.