- Tamara Castro
Vivência de brincadeiras de crianças Kalapalo, que vivem no sul do Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso.
Conhecer brincadeiras de uma cultura fundamental na formação do povo brasileiro.
Reconhecer as semelhanças e diferenças da infância em outras culturas; respeitar e valorizar a diversidade cultural.
Crianças
Ambiente aberto
1 encontro de cerca de 90 min
Os povos ameríndios, ou originários, são os mais antigos habitantes do nosso território. Viviam nestas terras muito antes de os europeus aqui chegarem e as colonizarem. Os portugueses chamavam todos os nativos de índios, ignorando as diferenças linguístico-culturais existentes entre eles.
A colonização levou à extinção de muitas comunidades indígenas que viviam no território dominado, seja pelas armas dos europeus, seja em decorrência de doenças trazidas dos países distantes, seja, ainda pela aplicação de políticas visando adaptar os indígenas aos costumes dos colonizadores.
A população ameríndia vem aumentando rapidamente nas últimas décadas, muito em função da luta política pela preservação de suas terras, de sua gente e de suas culturas.
Além disso, simultaneamente a esse processo, registra-se uma gradativa conscientização de segmentos da população brasileira de que os povos originários são nossos contemporâneos: vivem no mesmo país, participam da elaboração de leis, elegem candidatos e compartilham problemas semelhantes, como as consequências da poluição ambiental e das diretrizes da política econômica, da saúde e da educação.
Hoje, os cerca de 220 diferentes povos somam mais de 800 mil pessoas, que falam 180 línguas distintas. Os povos ameríndios vivem nos mais diversos pontos do território brasileiro. Mais da metade da população indígena está localizada nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, principalmente na área da Amazônia Legal. Mas há povos ameríndios vivendo em todas as regiões brasileiras, em maior ou menor número.
Embora representem, em termos demográficos, um pequeno percentual (0,47%) dos mais de 190 milhões de habitantes do Brasil, são um exemplo concreto e significativo da grande diversidade cultural existente no nosso país.
Leve livros ou revistas com imagens de aldeias indígenas, ilustrando rituais ou brincadeiras infantis e disponha no interior da roda do início do dia, definindo um tempo para que o grupo explore o material.
Promova uma roda de conversa para levantar o que conhecem a respeito dos povos originários:
Se alguma criança já teve a experiência pessoal com essa cultura, peça para contar como foi para o grupo.
Pergunte se sabem onde vivem os povos indígenas do Brasil hoje. Aproveite o momento para mostrar, no mapa do país, as reservas indígenas existentes e fotos de diferentes etnias ameríndias.
• Instituto Socioambiental (ISA): Povos Indígenas no Brasil – Mirim
• Wikipédia: Reserva Indígena
• Google Imagens: Indígenas do Brasil
Em seguida, converse com as crianças para apresentar a proposta de vivenciarem e conhecerem um pouco da cultura indígena infantil. Diga que vão vivenciar, nesta oficina, algumas brincadeiras infantis de indígenas do Xingu, do povo Kalapalo, um dos que habitam essa região, atualmente. Algumas delas se parecem com brincadeiras conhecidas nossas, outras não. Mostre a região do Xingu no mapa do Brasil. Deixe o mapa exposto na sala.
Heiné Kuputisü
Nesta brincadeira, as crianças formam uma fila na horizontal. Marca-se uma linha no chão, que será o ponto de largada e uma, a uns 100 metros de distância, à frente, que será o ponto de chegada. Cada uma terá de correr da linha de partida à de chegada, num pé só, feito saci, sem trocar de pé. Os que conseguirem ultrapassar a linha de chegada serão considerados vencedores. Se ninguém conseguir chegar lá, vence quem foi mais longe.
Há também uma variação. Podem ser formados dois times e a corrida é feita em duplas, um de cada time. No final, vence o grupo que teve mais participantes a ultrapassarem a linha de chegada.
Para os Kalapalo, esta brincadeira é compartilhada entre crianças e adultos, no centro da aldeia.
Toloi Kunhügü!
É uma brincadeira de pega-pega. Um dos participantes será o “gavião”, que poderá ser definido por sorteio; as outras crianças serão “passarinhos”. O “gavião” desenha no chão uma grande árvore, cheia de galhos, nos quais as outras crianças se espalham e sentam-se, fingindo ser passarinhos em ninhos.
A um sinal seu, que está coordenando a brincadeira, “o gavião” sai atrás dos “passarinhos”, para caçá-los, mas estes saem de seus “ninhos” e se juntam, num local bem próximo à “árvore”, batendo os pés no chão para provocar o “gavião”, fazendo uma algazarra com sua cantoria.
O “gavião” avança na direção do grupo e, quando está bem perto dele, dá um pulo para tentar agarrar os “passarinhos”, mas eles saem correndo em todas as direções, fazendo manobras para driblar o perseguidor. Para uma trégua de descanso, voltam a seus “ninhos”, onde o “gavião” não pode pegá-los.
Quando o “gavião” consegue pegar um dos “passarinhos”, nessa caçada, prende-o no seu refúgio, num lugar próximo da árvore. O último “passarinho” que conseguir escapar do “gavião”, toma o seu lugar, na próxima rodada da brincadeira, tornando-se o novo “gavião”.
Entre os Kalapalo, a brincadeira acontece na beira de uma lagoa ou de um rio. Quem propõe o jogo, assume o papel de gavião e será o “dono” da brincadeira.
Mangá, Tobdaé
Esta é uma brincadeira com peteca. Possivelmente todos conhecem e já jogaram peteca, nome de origem Tupi e significa “tapear”, “golpear com as mãos”.
O jogo de peteca, entre os Kalapalo, guarda certa semelhança com a nossa “queimada” e é jogado com várias petecas ao mesmo tempo (quatro ou seis) e com dois jogadores, a cada vez. As demais crianças aguardam, sentadas, assistindo. Para jogar, convide as crianças a construírem suas petecas com jornal, pintando-as com tinta guache. Veja como fazer no vídeo a seguir:
Uma vez que as petecas estejam prontas, o jogo pode começar. A um sinal seu, coordenador do jogo, os dois jogadores da partida arremessam as petecas, na direção do adversário, tentando atingi-lo e, ao mesmo tempo, cuidando para não ser atingido. Quem for atingido por uma das petecas, sai do jogo, cedendo seu lugar para outro jogador, que é uma das crianças que estão sentadas e a disputa recomeça, sucessivamente, até que todos tenham tido a oportunidade de jogar.
Depois de vivenciadas as brincadeiras propostas, sentem-se em círculo para uma roda de avaliação. Estimule que falem sobre as semelhanças e diferenças com as brincadeiras que conhecem e brincam, de qual mais gostaram, se tiveram dificuldade de fazer alguma coisa que fazia parte da brincadeira, qual delas gostariam de brincar de novo, numa próxima oportunidade.
Peça que cada um atribua uma cor à oficina, de acordo com a legenda:
O que mais pode ser feito?
As crianças podem pesquisar brincadeiras de outros povos indígenas e de outras etnias, para saber como as crianças se divertem nos vários lugares do mundo e se há semelhanças com as nossas brincadeiras. Você pode buscar ajuda de professores de arte, geografia, história e educação física.
O produto da pesquisa pode ser um álbum, com a descrição e ilustração das diferentes brincadeiras pesquisadas, a ser socializado na instituição. A turma também pode organizar um blog e interagir com instituições ligadas à infância e aos povos indígenas.
Instituto Socioambiental (ISA): Povos Indígenas no Brasil – Línguas
Instituto Socioambiental (ISA): Povos Indígenas no Brasil Mirim
Portal do Professor: Brinquedos e brincadeiras indígenas
MUNDURUKU, Daniel. Coisas de índio. São Paulo: Callis, 2000.
LIMA, Maurício; BARRETO, Antonio. O jogo da onça e outras brincadeiras indígenas. São Paulo: Panda Books/ Original, 2005.
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