Encontro de gerações, no qual os mais velhos aprendem brincadeiras com os mais novos e os mais novos aprendem com os mais velhos.
Material
Cordas, bolas de gude, de meia, de plástico e de couro.
Redes, piões, petecas, cordas.
Jogos de dama e xadrez.
Outros objetos disponíveis para brincadeiras.
Instrumentos musicais ou objetos que podem ser usados para percussão (latas, baldes, pedaços de madeira para serem usados como baqueta, garrafas de água com sementes variadas).
Alto-falante, aparelho de som, músicas de ciranda.
Finalidade
Valorizar manifestações lúdicas de todas as épocas, reconhecendo que as brincadeiras são bens culturais a serem preservados porque constituem patrimônio imaterial de um povo.
Expectativa
Conviver bem com pessoas de diferentes gerações; compartilhar o que sabem, colaborando com a aprendizagem dos outros; usufruir de logradouros públicos.
Público-alvo
Crianças e adolescentes
Espaço
Sala e praça próxima à escola ou instituição
Duração
2 encontros: 1 na sala (90 min) e 1 na praça (120 min) aproximadamente
Início de conversa
Fortalecer a relação da ONG/escola com as famílias é um objetivo quando se tem como perspectiva a educação integral de crianças e de adolescentes.
Convidar pais, mães, outros familiares e moradores para compartilhar suas experiências culturais com as crianças e os adolescentes faz parte do trabalho educacional nessa direção. Essa iniciativa possibilita conhecer e integrar as práticas culturais locais à ação da instituição e estreita vínculos entre os diferentes espaços pelos quais as crianças circulam.
Da mesma forma, é importante que as crianças brinquem em outros espaços públicos do território, como praças, parques e clubes municipais. Essas experiências ampliam seu repertório cultural, ao mesmo tempo que divulgam e valorizam os equipamentos sociais dos quais a comunidade dispõe, tornando-os verdadeiros espaços de convivência democrática e de aprendizagem.
Na prática
Sugestão de encaminhamento
Primeiro encontro: fazendo a proposta
Na roda, fazendo o acolhimento do dia, desafie os participantes a falarem, cada um, o nome de uma brincadeira, sem repetir o que o colega já citou, por várias rodadas.
Proponha várias rodadas até esgotar o repertório do grupo. Esse deverá ser um momento descontraído e divertido. Talvez alguns inventem nomes de brincadeiras que não existem, apenas para não deixar a roda parar. Lembre-os de que o importante é recuperar o maior número de brincadeiras possível. Registre todas as contribuições.
Pergunte com quem aprenderam as brincadeiras indicadas, a fim de valorizar as contribuições da família para ampliar o repertório do grupo. Em seguida, convide-os a aprender mais brincadeiras e ensinar as que já sabem para outras crianças da ONG/escola e para suas famílias.
Que tal organizar uma manhã de brincadeiras e jogos na praça entre crianças, adolescentes e adultos?
Dê um tempo para o grupo discutir e trazer novas ideias. O passo seguinte é pôr mãos à obra, pois há muito trabalho pela frente: é preciso conversar com a direção da instituição para autorização e providências, definir local e público, verificar se há necessidade de comunicação à subprefeitura local, fazer convites para as pessoas e planejar o grande dia.
Organize junto com o grupo a melhor maneira para a realização do evento, considerando todas as atividades, antes e durante o encontro. O grupo poderá se dividir em comissões:
comissão de comunicação – produz os convites, cartazes (pois não se pode esquecer da propaganda). Os cartazes devem informar qual é o evento, a data, o local, o horário e lembrar os interessados a trazer objetos das brincadeiras que vão ensinar;
comissão de produção– providencia os materiais necessários para o dia do evento;
comissão de música – responsabiliza-se pela trilha sonora do evento (sugestões: apresentações musicais; oficinas de criação de instrumentos; encontros para improviso musical; seleção de músicas para tocar no dia; parceria com rádio local);
comissão de registro – fotografa, filma as brincadeiras e entrevista as pessoas no dia do evento; também é interessante filmar o making off do evento, mostrando os preparativos para o grande dia;
comissão de divulgação – planeja como e onde distribuir os cartazes e convites (colar cartazes convidativos nos estabelecimentos comerciais próximos é uma sugestão).
Que tal chamar algumas pessoas das famílias para participar de algumas reuniões de planejamento conjunto?
É importante saber:
número mínimo de pessoas estarão presentes no dia para ensinar brincadeiras;
algumas brincadeiras a serem propostas pelos adultos ou pelas crianças;
materiais para desenvolvê-las e como providenciá-los;
número aproximado de grupos mistos de crianças e adultos, e maneiras de se distribuir pela praça.
Para pensar esses detalhes, a visita conjunta de crianças, adolescentes e adultos ao local se faz necessária. Também deverão pensar em como acolher o público e estimular sua participação, ensinando outras brincadeiras que conhecem.
Para facilitar a organização, cada grupo de brincadeiras deve contar com uma dupla de coordenadores: um adulto e uma criança/adolescente. A dupla também ficará responsável por circular entre os grupos e dar suporte, se necessário.
Um alto-falante é bem-vindo para a comunicação com todos que estão na praça. Um dos familiares, que seja desinibido e comunicativo, pode assumir o papel de locutor para animar o encontro, dando informações sobre o que está acontecendo nos grupos e anunciando serviços ofertados pelos equipamentos sociais públicos do território, além de dar a palavra para os participantes (crianças, adolescentes e adultos) opinarem sobre o evento.
Pode-se organizar uma comissão de adolescentes para percorrer a praça, fazendo uma pesquisa de opinião com as pessoas, enquanto estiver ocorrendo o encontro. A pesquisa pode conter alguns itens que ajudem a avaliar o evento e trazer sugestões para os próximos.
Segundo encontro: tomando a praça com brincadeiras
No dia do evento, o grupo organizador deve chegar à praça bem antes do público convidado, para arrumar os espaços e os materiais das brincadeiras sem atropelos.
Cada grupo de brincadeiras fica no local combinado com os respectivos coordenadores. À medida que os convidados forem chegando, podem escolher livremente o grupo de que participarão. A qualquer momento, as pessoas podem variar de grupo, participando das outras brincadeiras oferecidas na praça.
A dupla coordenadora inicia uma conversa, se apresenta, pede para as pessoas se apresentarem, explica o objetivo do encontro, diz que vai ensinar umas brincadeiras, que quem souber ajuda e, depois, quem quiser pode ensinar outras. Mas há uma regra: é preciso alternar brincadeira de adulto com brincadeira de criança. É só começar.
E se? E se o público ficar tímido? Nesse caso, a dupla coordenadora continua a conversa e as perguntas sobre as brincadeiras de que gostam (para as crianças) e do que gostavam de brincar e como eram essas brincadeiras (para os adultos), deixando-os falar, até sentir que o clima está descontraído. Também é interessante se propor a ajudar o voluntário a ensinar a brincadeira. Se ele não gostar de falar em público, por exemplo, poderá explicar a brincadeira para os coordenadores e estes para o grupo.
Durante todo o encontro, o alto-falante irradia a festa, informa onde podem tomar água e dá avisos sobre os serviços da região aos presentes: campanhas do posto de saúde; época próxima de matrículas em escolas, futuras festas do bairro. Por fim, anuncia o fim da manhã ou tarde de brincadeiras, convidando todos para uma grande ciranda.
Hora de avaliar
Após o encontro, de volta à organização, faça uma roda específica com seu grupo para conversar sobre as impressões que tiveram:
Gostaram do evento? Do que mais gostaram: de aprender ou de ensinar?
Não gostaram de alguma coisa? De quê?
Como foi a participação das família?
Que brincadeiras aprenderam?
O que funcionou bem?
O que não funcionou?
O que mudariam?
Esse é o momento de apresentar os resultados da pesquisa de opinião pela comissão específica, se ela aconteceu.
E se? Se não foi realizada a pesquisa durante o encontro, organize com eles uma pequena enquete para se informarem da opinião das famílias a respeito do evento, com as mesmas perguntas.
Para ampliar
O que mais pode ser feito?
Um livro com todas as brincadeiras que aconteceram na praça, que pode ser patrocinado por algum comerciante ou empresário da região, com direito a lançamento e festa, na mesma praça.
Outra ideia é produzir um vídeo com as filmagens feitas no dia e com os preparativos para o evento. A exibição desse vídeo pode ser o mote para um novo encontro na organização ou na praça onde foi realizado o primeiro evento.
Referência
BENJAMIN, W. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Duas Cidades/Ed. 34, 2002.
CENPEC; REDE GLOBO. Artes do festejar e do brincar. São Paulo/Rio de Janeiro, 2001 (Coleção Amigos da Escola: A arte é de todos, Caderno 6).
CENPEC. Projeto Brincar. O brinquedo e a brincadeira na infância, 2009 (Cyrce Andrade, Marina Célia Dias, Maria Lúcia Medeiros, Zoraide Faustinoni da Silva).
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