“Um espaço de muita potência, mas que está precarizado“. É assim que a professora Gina Vieira define com precisão a profissão docente no Brasil hoje.
A falta de valorização docente é um problema que assombra a educação brasileira há muito tempo e que – ainda que sempre apareça nos palanques e nas promessas de políticas(os) dos mais diversos espectros a cada ano eleitoral – não parece ser importante o suficiente para que planos de ações mais concretos sejam colocados em prática para solucioná-la.
Como coloca a professora e pedagoga Daniele Dorotéia Rocha da Silva de Lima: “Os nossos políticos, como representantes da sociedade, precisam compreender e assumir o compromisso político-social de que o professor é estratégico para qualquer nação que visa crescer e se desenvolver. É preciso resgatar o valor social da docência, ampliar um plano de valorização da carreira docente que reverbere na vida do professor de norte a sul do país, nas comunidades ribeirinhas, quilombolas, nos centros urbanos, ou seja, em toda a diversidade territorial brasileira, investindo financeiramente em melhores condições de trabalho e também nos seus vencimentos, para que o professor tenha condições de garantir com dignidade a sua sobrevivência por meio do trabalho”.
Daniele é uma das participantes do sexto episódio do podcast Educação na ponta da língua, que trata justamente da valorização docente na educação básica. Ela bate um papo sobre o assunto com Gina Vieira, apresentadora, e o professor Francisco Thiago Silva. O episódio conta ainda com os depoimentos gravados das professoras Lucila Diniz Malcher (AP) e Daniele Liedtke Birck (RS).
A conversa traz à tona desde as escolhas pessoais que fizeram Daniele e Francisco escolherem a docência como profissão até apontamentos sobre o que precisa ser priorizado nas universidades para formar boas professoras e bons professores.
Elas(es) comentam sobre a história da formação docente, a importância de ampliar os conteúdos abordados nos currículos das licenciaturas, a necessidade de olhar para a carga horária das(os) professoras(es) e o que é essencial para garantir que a carreira docente seja valorizada no Brasil.
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Francisco Thiago Silva é professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) na área de Currículo, Didática e Avaliação. Professor credenciado ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e ao Programa de Pós-Graduação em Educação, Modalidade Profissional (PPGE-MP) na UnB. Pós-doc em Educação na linha de Pesquisa “Currículo, Formação de Professores e Saberes Docentes” pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Doutor e mestre em Educação e Currículo pela UnB. Possui Licenciatura em História e em Pedagogia. Especialista em História Afro-brasileira e Africana. Líder do Grupo de Pesquisa (CNPQ): “Currículo e Processo Formativo: inovação e interdisciplinaridade”.
Daniele Dorotéia Rocha da Silva de Lima é graduada em Pedagogia e Psicologia, mestre em Educação (PPGED/UFRN) e doutora em Educação em Ciências e Matemática (PPGCEM/UFPA). Atuou por 19 anos como professora da Secretaria Municipal de Educação de Belém e Técnica em Assuntos Educacionais da UFPA. Atualmente é professora da UFPA no Instituto de Ciências da Educação e no Programa de Pós-graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica. Lidera o Grupo de Pesquisa sobre Infância e Educação (Infance) e está à frente da Coordenadoria de Integração Estudantil Universitária (SAEST/UFPA).
Lucila Diniz Malcher foi professora por 34 anos na educação básica estadual de Macapá, Amapá. Sua oficina de videoanimação “Multimídia Educação Digital Articulada ao Desenvolvimento do Currículo”, desenvolvida na Escola Estadual Sebastiana Lenir de Almeida, em Macapá, foi um dos destaques na na 8ª edição do Prêmio Professores do Brasil, na categoria Multimídia, em 2014. O Prêmio foi uma iniciativa do MEC desenvolvida até 2018.
Daniele Liedtke Birck é educadora infantil e vice-diretora na Emei Pequenos Gigantes, em Gramado, no Rio Grande do Sul. O vídeo a seguir apresenta um pouco do trabalho “Conhecendo o mundo dos sons”, desenvolvido pela equipe do berçário da Emei Dr. Carlos Nelz, em Gramado, e coordenado pela professora Daniele Birck em 2014. O projeto foi um dos selecionados na categoria Educação Infantil na 8ª edição do Prêmio Professores do Brasil.