8 de março: Dia das Mulheres na educação

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8 de março: Dia das Mulheres na educação

No Dia das Mulheres, confira materiais inspiradores para a construção de um mundo com mais igualdade de gênero

Por Stephanie Kim Abe

São muitas e diversas as mensagens recebidas e enviadas todo dia 8 de março, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. “Parabéns a todas as mulheres”, “Feliz dia das mulheres”, “lugar de mulher é onde ela quiser” e “parabéns a essas guerreiras” são algumas das variações mais comuns dessas mensagens. 

Ainda que bem intencionadas, elas passam longe de tocar no X da questão: a efeméride existe para jogar luz à igualdade de gênero, ao combate à violência e à garantia dos direitos de meninas e mulheres. 

Conheça as origens e lutas por trás do Dia Internacional da Mulher.

Justamente por isso, a data é um bom gancho para trabalhar essa temática na escola, com estudantes, educadoras(es), coordenadoras(es) pedagógicas(os), funcionárias(os) e toda a comunidade escolar. 

Há muitas formas de tratar do assunto: seja recomendando um livro de alguma autora feminista, exibindo um vídeo que promova reflexões sobre o papel da mulher na sociedade, realizando uma roda de conversa sobre as funções (remuneradas ou não) que exercem ou mesmo trazendo histórias de meninas e mulheres que trouxeram grandes contribuições à humanidade. `Às pessoas em posições de poder e decisão, cabe também refletir e agir sobre pontos como valorização profissional, equiparação salarial entre mulheres e homens, representatividade. 

Na educação, por exemplo, as mulheres aparecem em peso. De acordo com os dados do Censo da Educação Básica 2017, as mulheres formam 81% do professorado na educação básica brasileira.

Saiba mais sobre o cenário das mulheres na educação

Para ajudar nessa abordagem, o Portal Cenpec tem uma rica produção que trata da temática de gênero, do feminismo e da situação das mulheres no mundo hoje. Abaixo, compilamos algumas delas e as agrupamos de forma a ajudá-las(os) a encontrar aquilo que procura. 


Múltiplas mulheres e suas diversas facetas

Os conteúdos a seguir trazem subsídios para quem:

Quer saber mais sobre mulheres icônicas

Em uma entrevista potente, a socióloga Ednéia Gonçalves esmiuça o diálogo entre o pensamento freiriano e a obra da pensadora feminista bell hooks, que faleceu em dezembro de 2021. 

Você sabia que a obra de Geni Guimarães já esteve presente em enredo de escola de samba? E que foi o pai dela que a inspirou a ser professora? Ou, ainda, que a escritora passou por um período de depressão logo após a morte do marido? 

Essas são algumas das curiosidades sobre a vida de Geni Mariano Guimarães que você descobre nesse especial sobre a escritora e professora, lançado pela Olimpíada de Língua Portuguesa/Programa Escrevendo o Futuro.

Que tal trabalhar alguns textos da mineira Conceição Evaristo por meio de áudio? É o que disponibiliza o Programa Escrevendo o Futuro, que homenageou a autora na edição de 2019 da Olimpíada de Língua Portuguesa. 

Saiba mais sobre o site especial produzido pelo Instituto Moreira Salles (IMS), onde disponibilizam o seu extenso e rico acervo sobre a autora, que publicou 18 livros e é considerada um dos grandes nomes da literatura brasileira do século XX.

Também do Instituto Moreira Salles (IMS), esse site traz materiais para descobrir mais sobre a obra e mergulhar na vida de uma das principais escritoras negras brasileiras. Há também uma dica de podcast para quem quiser saber mais curiosidades sobre Carolina Maria de Jesus.

Nesta entrevista imperdível, a professora doutora, referência na área de educação e relações étnico-raciais, fala sobre marcos legais, como olhar para as desigualdades educacionais e valorizar o diálogo.

Quer entender a situação das mulheres em diferentes áreas e suas ações para gerar mudanças

A história do coletivo que fez campanha contra a pobreza menstrual e conseguiu aprovar uma lei para a inclusão de absorventes e fraldas geriátricas e infantis na cesta básica no estado do Rio de Janeiro; o projeto de apoio a jovens empreendedoras de estudantes do ensino médio do Maranhão; e a defesa pelo direito à educação indígena de uma jovem pataxó da Bahia são relatadas nessa matéria sobre jovens que têm promovido mudanças na escola ou por meio da educação.

As mulheres são hoje 54% das(os) estudantes de doutorado no Brasil, mas essa participação varia com a área do conhecimento. Veja como duas professoras – entre elas a  Sonia Guimarães, primeira mulher negra doutora em física no Brasil e primeira professora negra no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) – e uma estudante encaram a presença das mulheres nas ciências.

Em comemoração ao 8 de março do ano passado, o Portal Cenpec trouxe uma ma´teria sobre quais as barreiras para desenvolver o letramento científico nas(os) estudantes e como incentivar a participação das garotas nas áreas de ciências da natureza. Nessa reportagem, ainda há materiais para utilizar em sala de aula, como o diretório 500 Mulheres Cientistas e guia Meninas na escola, mulheres na Ciência – ferramentas para professores da educação básica.

Neste especial desenvolvido originalmente pela plataforma Educação&Participação, conheça a trajetória de cinco mulheres que trabalham em prol da educação integral de crianças e adolescentes.

Quer valorizar e incentivar a produção literária de mulheres 

Já ouviu falar desse projeto? Essa pesquisa busca mapear e dar visibilidade e voz a poetisas das regiões Norte e Nordeste do Brasil. A plataforma é interativa e cheia de recursos – tem até áudio das próprias poetas lendo um trecho de suas obras. Pode ser um bom recurso para usar em sala de aula!

Vale a pena conhecer iniciativas de clube de leitura como o Leitoras Literárias e o Floriterárias que, abertas e gratuitas, proporcionam acolhimento, afeto e espaço para troca de saberes com mulheres de diferentes idades e perfis. E de quebra entender mais do movimento #LeiaMulheres!

Rica entrevista com a escritora e pesquisadora Neide Almeida sobre a importância do reconhecimento às autoras negras e da presença de suas obras na formação de jovens leitoras(es) e professoras(es). Ela traz indicações de obras e pesquisadoras(es) fundamentais para a formação em literatura negra, fala sobre representatividade negra no currículo escolar e conta sobre a sua própria formação leitora.

Quer descobrir materiais para usar em sala de aula

Disponível para download gratuito, esse jogo de cartas educativo foi pensado para discutir a representação e o protagonismo negro em sala de aula de forma lúdica. Ele traz a biografia em versos de cordel de 15 heroínas negras brasileiras presentes no livro Heroínas Negras Brasileiras em 15 cordéis, da escritora e poeta Jarid Arraes. É só imprimir e jogar!

Dentre as diversas produções audiovisuais indicadas nessa matéria, há o documentário sobre a vida da pedagoga italiana Maria Montessori e a ficção baseada na história real da professora Erin Gruwell (Hilary Swank), que chega para assumir uma turma de ensino médio de uma escola em um bairro periférico de Los Angeles, na Califórnia (EUA), e muda as suas vidas. 

Lançada pelo Geledés – Instituto da Mulher Negra durante a pandemia, essa série de 3 vídeos animados debate os impactos dessas práticas na vida e na educação de crianças e jovens negras. O objetivo é incentivá-las a buscar seus direitos e ficar atentas a essas discriminações.

De especiais a oficinas, essa matéria também traz um compilado de conteúdos que podem ser úteis para professoras(es) abordarem a temática dos direitos da mulher, a favor da igualdade de gênero e contra a violência e desigualdades por elas sofridas em sala de aula. 

Quer tratar da temática em oficinas com a turma

Mulheres na política, sim senhor!

Ao pesquisar sobre a representação da mulher na política nacional e local, as(os) estudantes terão a oportunidade de desconstruir preconceitos e debater a importância da participação das mulheres na política.

Por meio de uma pesquisa sobre mulheres negras de destaque na vida do país, espera-se que as(os) alunas(os) possam compreender que a situação profissional das mulheres negras decorre de diferenças de oportunidades que a sociedade oferece à população negra, consequência de uma construção histórica.

Que tal juntar a turma para debater sobre os papéis tradicionalmente atribuídos aos meninos e às meninas na nossa sociedade? A discussão pode ajudá-las(os) a reconhecer, questionar e desnaturaziar os estereótipos de comportamentos específicos de meninas ou meninos.

Aqui, a proposta é de reflexão sobre a importância do senso crítico e da responsabilidade na decisão da iniciação sexual, de forma a desenvolver consciência sobre o papel da sexualidade e o significado de maternidade/paternidade no contexto de um projeto de vida.


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