Conheça a animação baseada na obra Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto
Morte e vida severina, obra-prima de João Cabral de Melo Neto publicada em 1955, retrata a dura travessia dos retirantes que fogem da morte iminente no sertão em busca de uma vida melhor no litoral. Com características de auto de Natal (tanto que seu subtítulo é “Auto de Natal pernambucano”), a história é apresentada por Severino, um entre tantos flagelados pelas secas que assolam o sertão nordestino.
A primeira encenação da obra ocorreu em 1957, quando foi apresentada pela companhia teatral Norte Teatro Escola, em Belém. Depois disso, o texto recebeu diversas interpretações em teatro, além de ganhar adaptações para o cinema e para a TV. Em 2012, o clássico ganhou versão audiovisual, numa produção da TV Escola em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco, com o texto original de João Cabral de Melo Neto e desenhos baseados nos quadrinhos do chargista Miguel Falcão.
Assista à animação:
Dirigida por Afonso Serpa, a animação é fiel à dura realidade que Severino enfrenta. Em tons de preto e branco e com traços fortes, que lembram a xilogravura, a animação expressa a dureza de uma vida severina. A trilha sonora é de Lucas Santtana, e a voz que dá vida ao narrador-personagem é do ator e dramaturgo cearense Gero Camilo. A animação foi uma das nove finalistas na categoria Educação Continuada do Japan Prize 2013, concurso internacional voltado à mídia educativa.
Xilogravura ou xilografia é uma técnica em que se entalha na madeira, com ajuda de um instrumento cortante, a forma (matriz) que se pretende imprimir. Após este procedimento, usa-se um rolo de borracha embebida em tinta, tocando só as partes elevadas do entalhe. O final do processo é a impressão em alto relevo em papel ou pano especial, que fica impregnado com a tinta, revelando a figura Provavelmente originária da China, é muito utilizada na poesia de cordel, popular no Nordeste brasileiro.
João Cabral de Melo Neto
João Cabral de Melo Neto Nasceu em Recife, em 1920, e morreu no Rio de Janeiro, em 1999. Em 1942, publicou seu primeiro livro, Pedra do sono. Entre suas principais obras, estão O cão sem plumas, O rio, Morte e vida severina, A educação pela pedra e Sevilha andando.
A poesia de João Cabral reflete sua preocupação com a realidade social, principalmente com a do Nordeste brasileiro. O autor também reflete sobre a própria criação artística, como no célebre poema “Catar feijão”. Sua linguagem é marcada pela objetividade, rompendo com a tradição lírica dominante na literatura brasileira de sua época. Segundo o poeta, “a poesia não é fruto de inspiração em razão do sentimento”, mas sim “fruto do trabalho paciente e lúcido do poeta”.
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