Materiais para descobrir mais sobre a obra e mergulhar na vida de uma das principais escritoras negras brasileiras
Por Stephanie Kim Abe
Eis o que escreveu Carolina Maria de Jesus, em trecho do dia 13 de maio (que marca a data da Lei Áurea) da sua obra-prima Quarto de despejo: diário de uma favelada:
O vídeo, com narração da jovem poeta Mel Duarte, faz parte da ocupação que aconteceu na conta do Instagram do Instituto Moreira Salles (IMS) em março de 2021, em comemoração ao aniversário de Carolina Maria de Jesus. Ao longo de todo o dia 14, escritores e escritoras negros(as) leram trechos de obras da autora e comentaram a sua importância para a literatura brasileira. Geni Guimarães, Sérgio Vaz, Ferréz, Cidinha da Silva e Carlos de Assumpção são algumas das personalidades que participaram da ação, que teve como nome “Carolina Maria de Jesus, Presente!”.
Capa: reprodução
Nascida em Sacramento, cidade de Minas Gerais, em 1914, Carolina se mudou para São Paulo em 1947. Na época, vivia na favela do Canindé e era catadora de papel. Foi justamente retratando essa sua rotina com os filhos e seu cotidiano de luta para sobreviver em seus diários que ela ficou famosa, com a publicação de Quarto de Despejo, em 19 de agosto de 1960.
Ela virou um fenômeno editorial: teve sua primeira edição esgotada, com sua obra traduzida para mais de quinze idiomas. Apesar de ser mais conhecida pelos diários, Carolina também escreveu romances, poesias e outros gêneros literários. Ela faleceu em 13 de fevereiro de 1977.
É possível acessar os vídeos e outros materiais sobre a autora no site especial do IMS dedicado a ela. Na página, estão reunidos artigos do blog do Instituto e detalhes do acervo da instituição sobre Carolina Maria de Jesus, que tem sob seus cuidados dois dos manuscritos da mineira – intitulados Um Brasil para os Brasileiros – e o disco de samba Quarto de Despejo, com composições próprias.
O IMS pretende inaugurar a exposição Carolina Maria de Jesus – Um Brasil para os brasileiros no segundo semestre de 2021, no IMS Paulista, em São Paulo.
Outra maneira de saber mais sobre a vida e obra de Carolina Maria de Jesus é ouvir o primeiro episódio do Vidas Negras, podcast original do Spotify que celebra personalidades negras de antigamente e dos tempos atuais.
O episódio de estreia parte de uma reflexão sobre como mapear a família e retomar a ancestralidade do povo negro, considerando todo o apagamento histórico ocorrido desde a época da escravidão, para aprofundar-se na história de Carolina Maria de Jesus e da jornalista e autora de Água de Barrela Eliana Alves Cruz. O episódio tem a participação, entre outras pessoas, do jornalista Tom Farias, autorCarolina: uma biografia, e da Vera Eunice de Jesus, filha de Carolina, que conta os detalhes, as curiosidades e os causos da vida da família.
O jornalista Tiago Rogero, que apresenta o podcast, destaca o sucesso que Carolina Maria de Jesus teve em vida – algo muito difícil para grande parte dos artistas:
Foto: reprodução
Ela conseguiu isso no começo dos anos 60, no Brasil dos anos 60. Uma mulher negra, moradora de favela, que assinava com o próprio nome, e que escrevia sobre temas que fugiam completamente desse cânone branco, do que deveria ser a literatura brasileira. A literatura brasileira nunca mais foi a mesma depois de Carolina.”
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