Conheça o material de apoio do Instituto Alana para promover educação antirracista nas escolas
Por Stephanie Kim Abe
Por mais que tenhamos avançado, tanto em termos legais (Leis 10.639/03 e 11.645/08) quanto práticos, na discussão e na construção de uma educação antirracista nos últimos anos, as estatísticas ainda trazem números alarmantes de desigualdades educacionais no Brasil. Para trazer alguns dados apenas, temos que:
70,8% das crianças e adolescentes de 4 a 17 anos fora da escola são pretas e pardas.
A populações negra (pretos e pardos) é a que mais abandona a escola (5,5%).
Pessoas negras permanecem, em média, 8,6 anos na escola, enquanto brancas ficam 10, 4 anos.
Jovens brancas(os) entre 18 e 24 anos têm duas vezes mais chances de frequentar ou já ter concluído o ensino superior do que jovens negras(os) na mesma faixa etária.
É devido a essa realidade que precisamos continuar revendo as nossas práticas pedagógicas, currículos escolares, relações pessoais e projetos políticos escolares para garantir que a educação contribua para o enfrentamento do racismo na sociedade brasileira e, mais além, o avanço da democracia.
No vídeo abaixo, três importantes personalidades do cenário educacional trazem suas visões sobre esse tema: Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, Nilma Lino Gomes e Alexsandro Santos:
Os trechos fizeram parte da jornada formativa No Chão da Escola: Educação Antirracista, realizada pelo Instituto Alana em julho de 2021 e que proporcionou encontros e palestras potentes de um conjunto de especialistas, pesquisadores(as) e educadores(as) de diferentes áreas (como pedagogia, gestão pública, psicologia e direitos humanos) sobre como combater o racismo nas escolas e para além delas.
A publicação é dividida em cinco capítulos. No primeiro, por exemplo, o tema escola, racismo e democracia é apresentado por meio de falas de profissionais de referência e dados sobre a desigualdade racial e a perspectiva histórica das políticas educativas.
Os capítulos seguintes apresentam relatos de experiências antirracistas em escolas de diferentes regiões brasileiras, na perspectiva de dar visibilidade e refletir sobre as principais práticas realizadas por esses(as) profissionais e os seus resultados tanto nos(as) estudantes quanto para a comunidade escolar como um todo.
Ao final, a publicação traz recursos práticos que podem ajudar educadoras(es) a trabalharem com o tema. Entre eles, vale destacar o checklist antirracista para ajudar na escolha de materiais para a escola, o questionário para identificar se você é um(a) educador(a) antirracista e uma ferramenta com caminhos para recriar a escola. Há ainda uma seleção de filmes, livros e planos de aula que abordam a questão racial e as relações étnico-raciais.
O material está disponível para download gratuito e foi construído em parceria com o Porvir e com a colaboração das consultoras Clélia Rosa e Luciana Alves.
Por uma educação antirracista
Preconceito, discriminação e racismo são a mesma coisa? Como você definiria cada um desses conceitos? Entendê-los é um dos primeiros passos para efetivarmos uma educação antirracista de fato, já que é a partir deles que podemos refletir sobre os nossos atos e, assim, entender como estamos implicados em uma sociedade que é estruturalmente racista.
No vídeo produzido pelo projeto Educação para as relações étnico-raciais, iniciativa da Comunidade Cenpec, esses conceitos são explicados de forma simples e prática. Confira:
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