Maria Alice Setubal: é preciso cuidar das juventudes na periferia

-

Maria Alice Setubal: é preciso cuidar das juventudes na periferia

Fundadora do CENPEC Educação estreia na plataforma ECOA e reflete sobre a violência e as desigualdades que atingem jovens negros e da periferia

Fundadora e membro do Conselho de Administração do CENPEC Educação, a socióloga e educadora Maria Alice Setubal fez sua estreia na coluna Opinião da ECOA, plataforma do portal UOL inaugurada em outubro/2019.

Inspirada nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), a proposta da ECOA é produzir jornalismo propositivo para construir pontes entre agentes de transformação, público e sociedade.


Preservar o futuro

No artigo “Cuidar do presente para não condenar o futuro”, Maria Alice aborda a violência sofrida pelos jovens no Brasil por meio de estatísticas do Atlas da Violência 2019 e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – violência que responde a um importante recorte racial: “A taxa de homicídios entre homens jovens pretos e pardos em 2017 chegou a 185 a cada 100 mil habitantes de 15 a 29 anos, quase três mais do que de brancos, com média de 63,5”.

O massacre de Paraisópolis também foi lembrado pela educadora, segundo a qual, os fatos evidenciam que uma parcela da juventude do País está constantemente em risco, e, no entanto, essa mesma parcela, periférica, é capaz de transformar seus territórios e produzir inovação em áreas como tecnologia, cultura e empreendedorismo.

Maria Alice Setubal

Desigualdades socioculturais, educacionais e territoriais, atravessadas por um cenário de violência, podem colocar em xeque o presente. O que diríamos, então, sobre o futuro? (…). Não é honesto, porém, romantizar ou naturalizar a realidade. O direito à vida e ao desenvolvimento está diretamente ligado ao acesso e às oportunidades oferecidas, e sabemos o quanto as desigualdades socioespaciais afetam principalmente as periferias urbanas (…). Mudar esse cenário depende de ações múltiplas de diferentes atores, poder público, sociedade civil, empresas.”

Maria Alice Setubal

A fundadora do CENPEC Educação e hoje presidente da Fundação Tide Setubal finaliza a reflexão sobre o papel do investimento social privado – e sobre suas ausências. “Instituições e fundações ligadas ao investimento social privado têm papel fundamental no enfrentamento das desigualdades”, diz a socióloga.

É fundamental mostrar que a morte da juventude não é natural. Para além de apoiar, fortalecer e investir, é preciso falar sobre isso com nossos pares, debater, refletir, agir e influenciar. Afinal, a vida é o que mais importa.”

Maria Alice Setubal

Leia o artigo na íntegra


Veja também