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Jogos lúdicos e educativos para trabalhar relações raciais e racismo
Por Stephanie Kim Abe
Esta semana, comemoramos 10 anos da promulgação da Lei de cotas no Brasil. Sua criação foi uma conquista da luta dos movimentos sociais, especialmente de pessoas negras e indígenas, assim como muitas outras políticas e ações afirmativas educativas.
Na educação básica, uma das mais importantes foi a Lei 10.639, que institui a obrigatoriedade do ensino da história da África e da cultura afro-brasileira nas escolas públicas e privadas de todo o país.
Essas políticas públicas têm sido determinantes para garantir que a escola seja cada vez mais inclusiva, democrática e antirracista. Mas para que elas de fato sejam implementadas, é preciso que a equipe escolar, a gestão educacional e a comunidade como um todo discutam e se engajem nesse debate, incluam em seus currículos e projeto político pedagógico as questões étnico-raciais e atentem para ela quando pensam em estratégias para garantir a equidade na educação e combater as desigualdades educacionais.
Para ajudar nesse processo, vale lançar mão de diferentes iniciativas e dinâmicas: rodas de conversa, formações, debates, oficinas, materiais audiovisuais, atividades culturais e — por que não? — jogos.
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🧩 Jogo da Lei 10.639
Desde que a Lei 10.639/03 foi implementada, há quase 20 anos, educadoras(es), coordenadoras(es) pedagógicas(os) e equipes escolares têm buscado cada vez mais realizar projetos que tratem da temática das relações étnico-raciais em sala de aula.
Por vezes, infelizmente, as atividades são pontuais e passageiras, sem trazer mudanças estruturais e que alcancem a todos e todas da comunidade escolar.
Saiba mais sobre o racismo estrutural na escola e a importância de uma educação antirracista
Quem já passou por essa situação e buscou realizar práticas sistêmicas agora tem uma ferramenta para ajudar a trazer essa discussão para a equipe escolar de forma mais lúdica: o Jogo da Lei 10.639.
No jogo, seguimos os dilemas do professor de literatura Helder ao tentar implementar a lei 10.639 na sua escola. Ele conta com a ajuda da professora Luiza para apoiá-lo e pensar em maneiras de engajar a comunidade escolar e potencializar o trabalho de educacao antirracista.
O jogo tem como base um tabuleiro, que vai nos mostrando a trajetória do educador e apontando cenas comuns das escolas brasileiras quando o tema é a educação para as relações raciais: materiais didáticos que não contemplam diversidade, dúvidas e questionamentos de estudantes que não são acolhidas, pouca representatividade etc. As sete cartas trazem questionamentos que ajudam a pensar caminhos e soluções para esses desafios.
O jogo, criado pelo Porvir e pela Piraporando, está disponível para download gratuito e pode ser jogado a partir de duas pessoas ou abrangendo toda a equipe escolar. O tabuleiro e as cartas podem ser impressas na escola, em papel A4.
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🧩 24 por 7: desembolando o racismo cotidiano
“Você é parte de uma sociedade estrutural e historicamente racista e machista. Atitudes e práticas que diferenciam as pessoas pela sua cor de pele, gênero ou sexualidade, classe social e outros marcadores identitários tornam a vida mais difícil de diferentes formas. O maior desafio é que essas ações, na maioria das vezes, não são encaradas como tal. Como é possível transformá-las?”
Esse é o pano de fundo do jogo de tabuleiro 24 por 7: desembolando o racismo cotidiano. Ao percorrer diferentes situações vivenciadas por homens e mulheres negras, da periferia ou em situações de vulnerabilidade, o jogo busca estimular uma reflexão e discussão sobre como o racismo está sempre presente e atinge de forma distinta cada pessoa.
O jogo permite ainda que as(os) jogadoras(es) compartilhem as suas próprias experiências pessoais para reflexão coletiva. O objetivo é que cada jogadora(or) realize um certo número de atividades cotidianas para então poder aproveitar o seu tempo livre, encarando, no meio do caminho, atitudes ou estruturas discriminatórias que podem atrasar ou mudar a rota de ação.
Com duração média de 30 minutos, a partida permite a participação de 3 a 7 pessoas e foi pensada para trabalhar os direitos de jovens negros e negras à cidadania. O jogo é uma criação do projeto Desembola na Ideia — uma realização da AIC – Agência de Iniciativas Cidadãs, que atua junto a adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social e psíquica.
No site, é possível baixar o tabuleiro e as cartas, mas é necessário providenciar também um dado de seis lados e peças que representem cada um(a) dos(as) participantes.
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Uma década da Lei de cotas: avanços e desafios
“A conquista de políticas como as ações afirmativas de ingresso na educação superior trouxe à luz o debate sobre a existência de desigualdades duradouras nos diversos âmbitos da sociedade brasileira e as formas de enfrentá-las, principalmente com a crescente representação de pessoas negras nos espaços de poder dentro da academia”, afirma Claudia Monteiro Fernandes (UFBA) em artigo exclusivo para o Portal Cenpec, me que reflete sobre a política afirmativa e sua continuidade no ano que em que completa 10 anos.
✏️ Leia o artigo completo aqui.
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Um pensamento em “Jogos lúdicos e educativos para trabalhar relações raciais e racismo”
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Plataforma de um maravilhoso conteúdo merece todo o nosso apreço e atenção.É importante a divulgação da CENPEC,para que todos possam usufruir e claborar com tão significativo trabalho de uma equipe competente .Agradecida pela oportunidade de explorar.