Palestra promovida pela Comissão de Educação debate a formação dos profissionais de educação
A Comissão de Educação realizou na terça-feira (10) o primeiro debate sobre educação promovido em parceria com a a Frente Parlamentar em Defesa da Escola Pública e em Respeito ao Profissional da Educação. O tema foi a formação dos profissionais de educação no Brasil.
Especialista em educação, o professor abordou as diretrizes curriculares nacionais e a Política Nacional de Formação dos Profissionais da Educação, a questão de equidade salarial dos docentes e o Sistema Nacional de Educação.
A urgência da valorização docente
O salário dos professores brasileiros é assunto recorrente nos debates sobre educação. Segundo os dados do Anuário Brasileiro da Educação Básica, em 2018, a renda dos professores da Educação Básica correspondia a 69,8% do salário médio de outros profissionais com curso superior.
Em sete anos, de acordo com a organização Todos Pela Educação, houve um acréscimo de 6,4% na média salarial dos docentes brasileiros. Também foi apurado que cerca de 10% dos municípios ainda não têm plano de carreira para seus professores.
Fonte: Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019
A valorização docente é fundamental para uma educação de qualidade, afirma Denise Carreira, coordenadora executiva da organização Ação Educativa. Ela cita o financiamento educacional e a implementação do Plano Nacional de Educação como importantes passos para a melhoria da renda de professores brasileiros.
“Todos os países do mundo que deram um salto na educação pública foram países que investiram fortemente nos profissionais de educação”
Denise Carreira, coordenadora executiva da organização Ação Educativa.
Denise Carreira em atividade na Ação Educativa. Foto: Divulgação
Apesar da sociedade valorizar os profissionais de educação, as condições de renda salarial e a estrutura escolar ainda são precárias, afirma a educadora. No exterior, os governos tornaram atraente a carreira docente, investindo na formação e permanência desses profissionais.
Denise ainda lembra que vários estados não cumprem o piso salarial nacional dos professores. Cumprir o Plano Nacional de Educação e sobretudo garantir o custo aluno-qualidade como uma forma de viabilizar melhores salários para os professores é um meio de começar, afirma a coordenadora.
Não se faz uma transformação profunda na educação pública , sem investir constantemente na carreira docente e no conjunto dos profissionais de educação”
Denise Carreira, coordenadora executiva da organização Ação Educativa.
Disparidade salarial
Segundo o estudo Diferença do rendimento do trabalho de mulheres e homens nos grupos ocupacionais, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no início de 2019, as mulheres recebem 79,5% do salário dos homens pelo mesmo serviço.
Na docência ocorrem as mesmas desigualdades de renda entre homens e mulheres. Para a educadora Denise Carreira, os baixos salários e a desvalorização constante do professorado são evidentemente questões de gênero na educação, visto que a maioria dos professores são do sexo feminino.
Fonte: Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019
As profissões ditas “cuidadoras”, relacionadas à educação, saúde e assistência social principalmente, são predominantemente exercidas por mulheres e são áreas da política pública menosprezadas, explica Carreira.
Eu entendo a desvalorização da carreira docente no Brasil e a desvalorização das profissionais (de educação) como um problema de gênero”
Denise Carreira, coordenadora executiva da organização Ação Educativa.
Com forte maioria na Educação Básica, principalmente na educação infantil, etapa fundamental para a formação de qualquer profissional, torna-se essencial o debate pela valorização docente, a busca pela equidade salarial, inclusive a partir deste recorte de gênero, afirma a coordenadora.
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