A decisão do governo de criar uma comissão especial para inspecionar as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), publicada na última quarta-feira (20/03) no Diário Oficial da União, foi tema de reportagem do jornal O Globo e de cobertura da Edição das 18h, no canal GloboNews – e recebeu críticas de educadores. Assista ao vídeo com a participação de Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do CENPEC.
A comissão, criada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC), será composta por Marco Antônio Barroso Faria, secretário de Regulação e Supervisão do MEC; Antônio Mauricio Castanheira, diretor de Estudos Educacionais do Inep; e Gilberto Callado de Oliveira, procurador de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina, que entra como representante da sociedade civil.
Perda de eficiência
A finalidade, segundo a portaria, é “realizar leitura transversal dos itens disponíveis no Banco Nacional de Itens (BNI) para a montagem das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – edição 2018”, com o objetivo de “verificar a sua pertinência com a realidade social, de modo a assegurar um perfil consensual do Exame”. Segundo a reportagem d’O Globo, na prática, a proposta é retirar da prova de 2019 enunciados que o governo Jair Bolsonaro considere de viés “ideológico”.
A reportagem informa, ainda, que a comissão não publicará relatório de trabalho sobre o processo e que as questões vetadas, embora não sejam retiradas do Banco Nacional de Itens, não irão para o Enem.
Para entrar no Banco Nacional de Itens, que fornece questões para Enem e outros exames aplicados pelo Inep, o enunciado passa por fases que incluem edital público, revisão, pré-teste e análise técnica. Por isso, a decisão do governo, ainda segundo o texto, é criticada por educadores, por poder pôr em risco a qualidade e pluralidade do Enem.
“O Enem é uma prova que é elaborada com uma lógica muito específica que requer conhecimento técnico muito grande. Toda questão da prova é testada. Tirar uma delas ou mudar seu aspecto desconstrói toda a lógica do exame e faz com que a prova perca sua eficiência. Vejo isso com muita preocupação”, analisa Anna Helena Altenfelder.
“Isso pode até trazer problemas de judicialização da prova a partir do questionamento de sua validade. O senso comum pensa que elaborar o Enem é como fazer uma prova de escola, e não é assim: é muito sofisticado e requer muito conhecimento especializado. É um perigo muito grande pessoas que não têm esse conhecimento se envolverem no processo”, diz Anna Helena.
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