Contação de história para trabalhar oralidade e combater preconceito linguístico
Plano de aula para ensino fundamental II do Programa Escrevendo o Futuro propõe desenvolver a espontaneidade da oralidade; saiba mais
Embora a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II traga a oralidade como objeto central da prática pedagógica, assim como da escrita, muitas vezes a expressão da linguagem oral dos estudantes é negligenciada em detrimento do ensino de uma oralidade que siga a norma padrão da Língua Portuguesa. Um exemplo disso é quando escolhemos gêneros textuais mais formais para trabalharmos a oralidade em sala de aula, como debates e seminários.
Assim, o ensino de Língua Portuguesa ainda é visto, principalmente pelas(os) alunas(os), como o ensino da forma correta de falar. Não são raras as vezes em que elas(es) consideram “não saber falar nem o português” ou brincam que tal colega “assassinou a língua portuguesa”. Essas falas corriqueiras demonstram a baixa autoestima de boa parte das pessoas falantes de português no Brasil que, ao se depararem com a norma padrão, sentem-se em desajuste.
Um exemplo disso é como o racismo aparece no preconceito linguístico, pois o uso do “tá” para dizer “está” não é estigmatizado como “pobrema”. Lélia Gonzalez discorre sobre isso evidenciando as diferenças de tratamento dispensadas às variantes linguísticas oriundas do contato com línguas africanas em relação a outras variantes do português brasileiro:
Nesse sentido, as aulas de Língua Portuguesa precisam não apenas tratar da variação linguística, mas trazer a oralidade como objeto de conhecimento. Todavia, sendo a escola um espaço de saber legitimado, quando a mesma ignora ou invalida certas oralidades corrobora para a manutenção do preconceito linguístico e das relações de poder que o sustentam. Por isso, estudar a oralidade em sala de aula deve ser sobretudo a valorização da identidade linguística de cada aluno e aluna.
Foi pensando nessa questão que o Programa Escrevendo o Futuro disponibilizou o material Contação de história no Ensino Fundamental II: oralidade e multidialetismo.
Multialetismo é a coexistência de variações e dialetos do português. Multilinguismo é a coexistência de línguas diferentes. Ambos são fruto de processos migratórios, das relações entre campo e cidade, centro e periferia e de relações intergeracionais.”
Fonte: Contação de história no Ensino Fundamental II: oralidade e multidialetismo
Foto: reprodução
Elaborado por Talita Zanatta, professora de Língua Portuguesa da rede municipal de São Paulo e mestranda em Educação e Linguagens pela Universidade de São Paulo (USP), o plano de aula utiliza a contação de história como estratégia pedagógica. Foram pensadas atividades, entre elas a realização de entrevista com um(a) contador(a) de história, e reflexões para serem trabalhadas em 17 a 19 aulas com estudantes do ensino fundamental II.
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