O gênero multimodal apareceu pela primeira vez na edição do ano passado do concurso e trouxe aprendizados e materiais formativos para ajudar os educadores a trabalhá-lo em sala de aula
Por Stephanie Kim Abe
Já é possível conferir três dos quatro documentários vencedores da 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa, que aconteceu em 2019. Na quarta-feira da próxima semana (15/07), será divulgada a última produção.
Os documentários, com cerca de cinco minutos, trazem o olhar de grupos de estudantes do 1º e 2º anos do Ensino Médio, orientados por um(a) professor(a), sobre diferentes aspectos da sua realidade – “o lugar onde vivo”, conforme o tema da 6ª edição do concurso.
Ficamos muito felizes com o resultado dos documentários aos quais tivemos acesso. Educadores e estudantes encontraram recortes relevantes do tema, utilizaram a linguagem de maneira bastante expressiva e encontraram soluções criativas para as limitações de recursos
Tereza Ruiz, técnica da equipe do Programa Escrevendo o Futuro.
A 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa recebeu 2.432 documentários e elegeu 19 finalistas.
A inclusão do gênero Documentário entre as categorias do concurso foi uma das novidades trazidas pela 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa, que também escolheu pela primeira vez homenagear um(a) escritor(a) – no caso, a escritora mineira Conceição Evaristo.
“Há algum tempo o Programa Escrevendo o Futuro já produzia materiais sobre multimodalidade e pensava como professoras e professores podiam trazer as práticas contemporâneas de linguagem, cada vez mais próximas e cotidianas para os estudantes em contextos informais, para dentro da escola. O documentário acabou sendo o gênero acertado, na medida que convoca o olhar para a realidade – e o tema do concurso foi justamente O lugar onde vivo“, explica Tereza.
O desafio valeu a pena, já que as produções vencedoras são ricas por mostrar diferentes aspectos da realidade do país na visão dos estudantes. O documentário “Meu lugar, Ubaranas”, por exemplo, revela o cotidiano de um jovem em sua comunidade quilombola e traz relatos de alguns dos seus moradores. Eles falam sobre pertencimento, história, tradição e cultura.
O documentário foi produzido por Bruna Santos Vitalino Almeida, Francisco André Silva de Moura e Lucas Cauã de Lima da Silva, da Escola Estadual Barão de Aracati, localizada em Aracati (CE), sob a orientação do professor Francisco Márcio Pereira da Silva.
Já “Flores do meu bairro”, dos estudantes Iana Daise Alves da Silva Marinho, João Vitor de Moura Vasconcelos e Kauany Vitória Batista da Silva, da Escola Estadual Joaquina Lira, em Aliança, interior do Pernambuco, discute o preconceito contra os moradores de uma parte estigmatizada da cidade, a rua da Palha. O documentário foi feito sob a orientação da professora Itânia Flávia da Silva.
Números da participação de estudantes e professores(as) na categoria Documentário, além da apresentação das quatro equipes vencedoras
Material de apoio: caderno do professor
Para ajudar os educadores nessa empreitada, foi lançado o Olhar em movimento: cenas de tantos lugares, um Caderno do Professor com conteúdo de caráter teórico-conceitual e prático a ser utilizado em sala de aula. As atividades sugeridas não seguem uma sequência didática, o que significa que elas podem ser realizadas de forma independente.
Nossa preocupação, compartilhada com a autora do material Cristina Teixeira Vieira de Melo, era que professores e professoras tivessem a oportunidade de se aprofundar e rever os conhecimentos que eventualmente já tivessem sobre documentários, refletir sobre o gênero em suas muitas possibilidades de existência, ampliar seu repertório, aproximar-se da linguagem audiovisual e propor aos seus estudantes atividades práticas que culminassem na produção de um documentário.
Tereza Ruiz, técnica da equipe do Programa Escrevendo o Futuro.
Este ano, o Caderno do Professor passa por uma revisão, procurando incorporar as críticas e sugestões trazidas pelas devolutivas dos participantes. Entre elas, estão a inclusão de alguns dos documentários produzidos como exemplos a serem analisados. A revisão estará disponível a partir de 2021.
Formação sobre o gênero documentário
Embora seja um material de apoio criado por ocasião da entrada do gênero no concurso, o Caderno do Professor tem um caráter formativo e pode ser acessado a qualquer momento por qualquer educador(a) que deseja trabalhar com Documentário na escola, independente da participação no concurso.
Além disso, no Portal Escrevendo o Futuro, é possível acessar outros materiais formativos sobre o tema. O Especial por Gênero – Documentário é um deles, e traz uma seleção rica de materiais que complementam e ampliam o trabalho proposto no Caderno.
Já o curso online autoformativo e gratuito Avaliação textual: análises e propostas tem um módulo dedicado somente ao gênero documentário. As inscrições para a turma de segundo semestre desse curso estarão abertas a partir de 21 de setembro.
Além do gênero Documentário, a 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa contou com produções nas categoriasPoema (5º ano EF), Memórias Literárias (6º e 7º anos EF), Crônica (8º e 9º anos EF) e Artigo de opinião (3º ano EM). Em 2019, ela teve a participação de 85.908 professores e de 42.086 escolas, distribuídas em 4.876 municípios brasileiros.
O concurso é uma das ações promovidas pelo Programa Escrevendo o Futuro, uma iniciativa da Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do CENPEC Educação, que busca contribuir para a melhoria do ensino da leitura e escrita nas escolas públicas brasileiras.
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