Relatório Education at a Glance 2019 demonstra que País investe mais que a média da OCDE em relação ao PIB, mas valor por aluno e salário de professores estão bem abaixo de nações desenvolvidas
Lançado na última terça-feira (10) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o relatório Education at a Glance 2019 trouxe dados sobre aprendizagem, acesso e permanência, financiamento, professorado (formação, salários, etc.) e ambientes de aprendizagem na educação básica e superior dos países membros da organização e associados, como é o caso do Brasil.
Atraso histórico na educação
O relatório foi tema de reportagem no jornal O Estado de S. Paulo, sobretudo em relação aos investimentos em educação. Segundo o texto assinado por Priscila Mengue, o Brasil investiu, em média, 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação em 2016, acima da média da OCDE. No entanto, “não é possível olhar apenas para a porcentagem gasta com relação ao PIB para determinar se o Brasil gasta muito ou pouco em educação”.
“O Brasil tem um atraso histórico em relação à educação”, comenta Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do CENPEC Educação, na reportagem. Para a especialista, a porcentagem do PIB brasileiro aplicada ao setor pode, por esse e outros motivos, conter distorções.
Como [o Brasil] tem um atraso, inclusive no acesso, há um gasto maior que os países que já têm uma estrutura que está consolidada há muitos anos.”
Anna Helena Altenfelder
Também entrevistado pelo Estadão, Gabriel Corrêa, gerente de políticas educacionais do movimento Todos Pela Educação, chama a atenção para a necessidade de renovar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e torná-lo mais redistributivo. “Precisa ser distribuído melhor, para que todas as redes de ensino tenham condições básicas. O Fundeb ajuda a reduzir as diferenças”, comenta Corrêa.
Confira a entrevista de Cleuza Repulho, conselheira do CENPEC Educação, sobre o Fundeb
A distorção brasileira é evidenciada sobretudo quando a análise é feita com base no investimento por aluno, por ano. Embora invista 4,2% do PIB do ensino fundamental ao médio e técnico, o valor por aluno chega a ser menor que a metade da média da OCDE, conforme destaca reportagem do portal G1. No Ensino Fundamental II, chega a ser 2,75 vezes menor. Confira o gráfico.
O salário dos professores foi outra questão importante trazida pelo Education at a Glance 2019. De modo geral, dizem as notas sobre o Brasil anexas ao relatório, “o relativamente baixo investimento por aluno no Brasil reflete-se nos baixos salários dos professores”.
Na educação básica, ainda segundo o relatório, a média de salários de professores vai de US$ 22,5 mil anuais na educação infantil a US$ 23,9 mil no final do Ensino Médio. Na OCDE, os profissionais ganham, em média, para as mesmas etapas, US$ 36,2 mil e US$ 45,8 mil, respectivamente. A diferença chega a quase US$ 22 mil no Ensino Médio.
O Education at a Glance também destacou dados sobre o ensino superior, que se refletem no acesso ao mercado de trabalho, e na educação infantil, com especial atenção às creches.
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